Hoje era meu dia de folga depois de uma semana árdua de trabalho, resolvi visitar a casa da minha irmã já que meu cunhado resolveu sair com os amigos. Deitada sobre sua cama, balançava minhas pernas preparando para soltar a bomba que, provavelmente, ela me estrangularia.
— Como está sendo no hospital? Já que somos de setores diferentes e departamento.
— Eu estou adorando. Ontem realizei uma ressuscitação. E eu beijei a Marília. - Falei tão ligeiramente que vi a minha irmã procurar apoio na parede de tão chocada.
— Como? - Ela perguntou ainda paralisada com tanta informação.
— Eu. - Apontei para mim. - Beijei. - Fiz gestos de beijos. — Marília Mendonça.
— Como? Por quê? Onde? Que horas?
— Calma! - Pedi, fazendo gestos com as mãos. — Foi assim.
Contei tudo para ela, detalhadamente. Desde das ordenanças até a sua boca grudada na minha.
— E a boca dela… porra! - Relembrar dos lábios deliciosos que ela possui me deixa ofegante.
— Você é louca! - Maiara arremessou o travesseiro no meu rosto. — Puta merda, Maraisa. Você está muito louca de fazer isso!
— Mas por quê? Beijo e água não se nega a ninguém. - Disse baixinho levando uma olhada totalmente fatal. — Brincadeirinha…
— É a Marília.
— O que tem ela que as pessoas tanto falam?
— Só te falo isso: é a Marília Mendonça.
Confesso estar com receio, muitos me alertam sobre ela mas de maneira pacífica e isso me desconforta. Viro meu corpo para o lado, ficando totalmente de frente para a minha irmã.
— Ela é uma pessoa ruim?
— Não, jamais. Marília é um dos meus maiores amores, mas ela não é de se envolver com ninguém, metade. - Maiara passava seus dedos no meu cabelo. — Não quero que você quebre a cara com ela.
— Maiara, foi só um beijo!
— Tá, mas ela beija bem? - Ela falou realmente empolgada.
— Puta que… - Prendi o fôlego ao lembrar. — pariu …
— Ela também tem cara de quem fode bem.
— Será? Ah, mas foi só um beijo, não vai rolar mais não, irmã. Mas sim, ela beija muito bem. - E sim, eu queria que rolasse algo mais.
— Cê já viu os dedos dela? Enormes, deve fazer um estrago. - Maiara comentou e gargalhamos.
— Já vi sim, mó mão grande, misericórdia!
[***]
Decidimos irmos a uma balada para curtimos minha folga, escolhi um vestido preto tubo de couro e uma bota cano baixo. Minha irmã ressalta o tempo todo o quão gostosa eu estava e que os homens com certeza lamentam o por quê que não sou hétero.
Jamais me submeteria a ficar com um homem sabendo que há inúmeras mulheres deliciosas no mundo. Por Deus!
— Chamei a Luiza Martins para vir, tá? Ela deve estar chegando. - Maiara olhava vez ou outra para seu relógio de pulso.
— E a Lari? Quando irei conhecer?
— Do nada, Maraisa? - Minha irmã arqueou a sobrancelha.
— Ah, eu queria conhecer ela. Por que vocês terminaram?
— Irmã… - O que ela deixava claro era que esse assunto era extremamente difícil. Tomei as rédeas e fiquei quieta. — Vou ver se ela já chegou, tá? Ela não conhece essa balada.
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Rubble of this love
FanfictionMaraisa Henrique mudou-se recentemente para Ithaca, cidade onde sua irmã mais velha Maiara, mora. A emoção de estar residindo onde por muitos anos sonhou, toma conta do coração da morena. Por fragilidade, Maraisa acaba se envolvendo com a neurocirur...