Maraisa Henrique point of view.
Debruçada sobre a cama, sentindo a preguiça dominar o meu corpo, bocejei alto, espreguiçando todo o meu corpo. Havia bebido um pouco na noite anterior e dançado com as amigas da minha irmã. Levantei da cama, buscando minha pantufa. Caminhei até o espelho e encarei a figura horrenda.
— Céus, Maraisa. Você está acabada! - Comentei, sorrindo para o meu reflexo.
Rapidamente segui para o banheiro e tirei o pijama, entrando na banheira e deixando que meu corpo relaxasse naquela água morna e aconchegante. Um suspiro leve saiu dos meus lábios, onde automaticamente fechei os olhos.
Hoje eu iria ao hospital em que minha irmã trabalhava para conhecer o espaço. Sou formada em pediatria e estava averiguando com calma as oportunidades que Ithaca havia me oferecido.
— Espero que dê tudo certo…
Em uma retomada de lembrança, lembrei que Maiara disse que a minha vizinha - e sua amiga - trabalhava nesse mesmo hospital. Seria interessante ter duas pessoas conhecidas trabalhando no mesmo lugar.
Sai do banho enrolada e me vesti. Escolhi uma calça alfaiataria e uma blusa social, nada muito exagerado. Em meus lábios coloquei uma manteiga de cacau e em meus pés um scarpin na cor nude.
— Está linda! - Minha mãe me assustou ao falar inesperadamente. Sorri em resposta e olhei para o meu look. — Estou muito orgulhosa de você, filha! Que dê tudo certo! - Completou, me abraçando fortemente. — Espero que arrume uma namoradinha médica, essas sim mamãe permite! - Sorri com seu comentário ousado, ainda com meu corpo colado no seu. Era sempre muito reconfortante os seus abraços.
— Estou ansiosa, mamãe! Hoje irei conversar com o diretor do hospital sobre a vaga que ele me ofereceu através da recomendação da minha irmã. - Estalei todos os meus dedos, sentindo o nervosismo me possuir. — Será que sou capaz? Estou com medo, tudo é muito novo.
— Você tem um potencial incrível, minha filha. Você é uma Henrique. Orgulhe-se.
É como um combustível lembrar do meu sobrenome e da minha origem. Retribui com um sorriso e me despedi da minha mãe.
Com as mãos no volante sobre as ruas de Ithaca, não notei que sorria atoa. A cidade era encantadora e acolhedora. Estava ansiosa para sair e fazer novas amizades e usufruir dos meus talentos para o meu trabalho.
Maiara e eu sempre fomos apaixonadas pela medicina. De início adorava a psicologia, mas despertei-me quando tratei de uma criança. Foi amor ao primeiro sorriso banguelo.
Estacionei o carro no estacionamento do hospital e travei ele logo em seguida, caminhei cerca de 3 minutos até a porta principal. Automaticamente a porta se abriu em minha frente e com o pé esquerdo entrei, olhando a multidão de gente que havia ali. Segui em direção à recepcionista e pedi informações, que com sua eficiência me orientou.
Aguardava o elevador ansiosamente, batendo o meu scarpin sobre o sólido do lugar. Assim que meus olhos puseram para dentro, estagnei ao ver a loira em minha frente.
— Perdida, senhorita? - Soou Marília, como se não me reconhecesse.
Obviamente não vai, só falei com ela uma vez.
— Estou à procura do escritório do Dr. Xavier - Falei, receosa, e gaguejando. Eu não entendia o porquê do nervosismo.
— Ah, claro! Eu te levo até lá. Entre. - Ela me deu espaço e logo apertou para o quinto andar.
Subimos até o quarto andar em completo silêncio, até que sua voz ecoou baixinho.
— Nova na cidade? Nunca te vi.
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Rubble of this love
FanfictionMaraisa Henrique mudou-se recentemente para Ithaca, cidade onde sua irmã mais velha Maiara, mora. A emoção de estar residindo onde por muitos anos sonhou, toma conta do coração da morena. Por fragilidade, Maraisa acaba se envolvendo com a neurocirur...