Glimpse.

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Maiara Henrique point of view.

Minha irmã havia sumido e aparentemente a Marília também, se as minhas desconfianças estiverem certas provavelmente as duas estariam transando agora. Já estava bebendo há um bom tempo, estava animada, sempre gostei de ter os meus amigos reunidos. Gustavo ainda estava com os seus amigos, e não me perguntem onde, eu não sei. Não me julguem ser uma péssima esposa, mas no momento a única coisa que importa é esse momento.

Estava ao lado da Larissa e vez ou outra virava meu rosto para encará-la. Não sei, desde a última vez que transamos ela parecia me evitar. Com razão. Deixei-a sozinha, após fazermos amor. Me condeno por sempre ceder aos meus desejos de tê-la. Tentei chamar sua atenção diversas vezes, mas ela ignorava completamente a minha existência.

Julyer se aproximou de mim e depositou um beijo molhado na minha bochecha. Sorri pra ele e me levantei para abraçá-lo, estava com saudades. Apertei seu corpo tão forte que ele murmurou, falando que iria matá-lo antes dos 30.

— Saudades, Maiara! Tudo bem?

— Tudo ótimo, meu amor! Por onde andou esse tempo todo?

— Dando. Dando muito. Dando pra caralho.

— Porra, queria dar também.

— E você pode, cadê o Gu?

— Sei lá. - Dei de ombros e nós dois rimos da situação. — Vem, vamos beber!

Julyer sentou ao lado dos meninos e vez ou outra falava comigo. Conheci ele em uma boate qualquer, e desde então nos tornamos amigos confidentes. Amo sua energia e a alegria que ele me proporciona.

Notei quando Larissa levantou, seguindo para os fundos da casa. Cogitei se deveria ir atrás dela, mas algo dentro de mim falava que não. Dane-se. Disfarçadamente levantei e segui a sua procura. Caminhei lentamente ao avistá-la, ela estava com a cabeça baixa e os braços apoiados na vidraça em frente à piscina.

Fiquei ao seu lado e ela nada falou, apenas me olhou com desdém e soltou o ar. Era difícil compreender o que éramos, mas eu sabia que a culpa de sempre não estarmos bem era minha.

(Dêem play: Glimpse of us - Joji)

— Você está bem?

— Sim! - Larissa tragava seu cigarro.

— Está tudo bem entre nós?

Ela me olhou. — Por quê não estaria? - Seus olhos me falavam outras coisas.

— Sei lá, você não me falou mais nada depois…

— Depois de você transar comigo e me deixar sozinha sem mandar uma mensagem?

— Lari…

— Lari o quê, Maiara?

— Eu… me desculpe! - Coloquei a mão no meu rosto sentindo a vergonha e a culpa se alinharem. — Eu senti medo.

— Medo de quê? Por acaso sou uma estranha que não sabe que você é casada e quando sente tesão me procura? - As suas palavras foram como facas que rasgaram meu coração com força e sem piedade. — Se está com medo que ele saiba, fique despreocupada, não costumo falar as mulheres que eu fodo.

— "As mulheres que eu fodo" - repeti sua frase e fiz aspas com os dedos. — Você está louca, sério!

Eu? - Ela apontou pra si. — Maiara, cê acha mesmo que eu ainda sou idiota de ficar só com você e vê-la casada com outra sem poder fazer nada além de sofrer? - O ar que aparentemente estava preso foi solto. — Não seja estúpida!

Rubble of this loveOnde histórias criam vida. Descubra agora