How is this possible?

851 103 40
                                    

Maiara Henrique point of view.

Gustavo não respondeu às minhas mensagens e sequer me avisou da sua ausência no jantar de hoje. Suspirei frustrada com suas atitudes e levantei, recolhendo os pratos para guardar nos lugares devidos. Desviei o olhar assim que o vi chegar em casa bêbado e cambaleando nas coisas.

Me aproximei dele e percebi alguns chupões em seu pescoço, Gustavo me olhou como se o mundo caísse sobre os meus pés. Engoli o nó que formou-se na garganta, não estava acreditando.

Fechei os olhos por zepto segundos e caminhei para longe dele, antes que entrasse em outro corredor, me virei e encostei meu corpo na soleira da porta.

— Qual o nome dela?

Gustavo nada falou, apenas tentou formular algo. Abaixei a cabeça, querendo chorar, estava incrédula com aquilo que estava acontecendo comigo. O cheiro de álcool era persistente no ambiente, ele fedia a cigarro e a perfume barato de vidraças.

— Qual a porra do nome dela, Gustavo?

— Diana.

Ele passou por mim e tentou mais uma vez falar comigo, mas me afastei antes que ele pudesse. Olhei para o portarretrato que tinha a nossa foto de casamento e arremessei a taça contra ele, que estilhaçou.

Só consegui sentir meu corpo deslizar pela parede e as minhas mãos alcançarem o vidro. Sentia vontade de me machucar, mas não fiz. Fiquei sobre os pés e busquei a minha bolsa com alguns pertences pessoais e a chave do meu carro.

Não queria vê-lo, mas sei que boa parcela de culpa era minha também. Trai ele com o amor da minha vida e permaneci em um casamento monótono onde não havia amor e tampouco fidelidade. Convenhamos.

Bati na porta da minha irmã e não demorou muito para que ela atendesse. Inalei o ar e abracei-a assim que a vi. Minha irmã me apertou contra o seu corpo e fez carinho em meus cabelos, meus olhos estavam fechados então acabei por não ver quando Marília apareceu me perguntando o que tinha acontecido. Olhei para as duas e ri.

— Vocês são estranhas. Pensei que não tinha mais volta.

— E não tinha. - Maraisa disse. — Mas acabei percebendo que a amo.

— Quê? Carla Maraisa Pereira Henrique amando alguém novamente? Meu Deus! - Coloquei a mão sobre o peito e sorri para as duas. — Vocês são lindas, só são sem juízo. Mas e a Lauana?

— Como assim "e a Lauana"? - Marília perguntou e eu coloquei a mão sobre a boca. Eu só faço merda.

Maraisa Henrique point of view.

Maiara estava triste, a conhecia. Minha irmã é inexplicavelmente carinhosa, o dobro de mim. Seu abraço sempre me renova, é como uma dose de serotonina após uma crise existencial. Eu amo seu cheiro, é um cheirinho doce que combina com ela.

Acho que definitivamente sou apaixonada pela minha irmã. Em todos os traços e até em sua boca de sacola.

— Como assim "e a Lauana"? - Marília pergunta e eu sinto vontade de matar Maiara.

— Ela está brincando, amor.

— Maraisa, a Maiara não brincaria com isso.

— Eu só queria ver se você era madura o suficiente ou se iria gritar. - Maiara faz uma voz meiga e eu revirei os olhos e caminhei até a cozinha.

— Eu deveria ter fodido com ela! - Gritei, colocando suco nos copos.

— Maraisa, eu juro que se você ousar repetir essa merda, eu te mato!

Rubble of this loveOnde histórias criam vida. Descubra agora