Needs.

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Maraisa Henrique point of view.

O tempero da minha sogra é divino. Possui gosto de casa; de lar. Comemos bem e rimos muito durante o jantar, a mãe de Marília me contou que quando ela era criança, ela possuía uma mania que até hoje persiste. Marília adora cheirar a comida antes de comer. De acordo com a mesma, ela precisa verificar se o cheiro é agradável e só assim ingerir.

Beijei o rosto da minha mulher e sorri para ela, os seus olhos brilhavam e pela primeira vez em alguns dias pude sentir a tranquilidade do seu coração.

— Deixa que a louça eu lavo, sogrinha! - Levantei da mesa e recolhi os pratos.

— Não, dona Maraisa. Pode aquietar. Eu sinto saudades de cuidar da nossa menina. - Olhei para as duas e meu coração transbordou de amor. — Eu lavo e você enxuga, já que você conhece melhor a casa. — Consenti com a cabeça e alcancei a fronha.

— Eu deveria ter uma câmera fotográfica para registrar as duas mulheres da minha vida juntinhas, mas como não tenho, sorriam para a foto. - Marília posicionou a câmera e eu ainda estava distraída, tenho quase certeza que sai com a cara emburrada em todas as fotos, mas ela justificou que saímos lindas. — Vou emoldurar.

— Larga de ser besta, amor! Eu tô toda descabelada. - Repreendi Marília e continuei a enxugar a louça.

— E é por isso que sou apaixonada por você. - Ela segurou a minha cintura e colou os nossos corpos, beijando-me divinamente. Ainda era desconhecida a sensação que Marília me proporcionava na frente da sua mãe, mas eu amava a forma como ela me exibia como um troféu. — Lindas!

Ri timidamente com seus atos e foquei na sua mãe que me perguntava sobre o noticiário e se eu assistia jornal, disse que não porque não tinha tempo devido a minha rotina extremamente corrida no hospital. Constatei também que, em horários livres, estou com a cara enfiada nos livros estudando um novo método ou estudando algum quadro irregular ou desconhecido de algum paciente.

— Você sempre quis ser pediatra?

— Não, até os meus 12 eu queria ser dançarina.

— Sério? E o que te fez mudar de ideia?

— Não queria ser vista por todos. Eu sou reservada. Poucos me conhecem, mas muitos sabem meu nome.

— Entendo. Uma ótima escolha. Você tem cara de responsável, diferente da Marília. - A loira que mexia no celular levantou o olhar e fuzilou a mãe que retribuiu com alguns beijinhos no ar. — Serão ótimas mamães, não tenho dúvidas disso!

Enxuguei as minhas mãos e me despedi dela, estava um pouco cansada e Ruth também precisava descansar já que viajou. Seguimos para o quarto e ambas tomaram um banho demorado. Meu cabelo estava preso em um coque frouxo, não queria molhar pois demoraria um século para secar. Estava com um short apertado, que realçava as minhas coxas e marcava um pouco o meu corpo.

— Amor, que mania feia a sua de deixar a água gelada, custava colocar na temperatura que gosto? - Marília falou emburrada e eu bufei, levantando e indo até o box para ligar. — Obrigada!

Sorri desprevenida e fechei a porta. Sentei sobre a cama e abri o meu livro, estava quase terminando e já estava ansiosa para comprar o próximo. Não consigo ficar um dia sequer sem ler. É como um vício. E eu adoro consumir esse vício.

Marília saiu enrolada no roupão, o cheiro de pós banho consumiu todo o ambiente. Fiquei atrás dela e comecei a beijar o seu corpo, as minhas mãos apertavam ele ainda coberto. Desfiz o nó, deixando-o cair no chão.

— Tô com saudades de amar você. - Sussurrei em sua orelha e a loira arrepiou-se, virando-se e tomando os meus lábios em um beijo sufocante e arrastador. Suspirei contra os seus lábios, meio que gemendo. Marília me beijava com gosto, como se também dividisse do mesmo sentimento que o meu. Pendi a cabeça para o lado, ela beijava e chupava o meu pescoço com tanta dádiva que eu só conseguia respirar fundo, atormentada com a vontade insaciável de possuí-la. Segurei em seus minúsculos cabelos em sua nuca e puxei-os, pendendo sua cabeça para trás. Agarrei sua pele com os lábios e deixei a minha marca, não ligando para as suas reclamações depois. — Eu amo o seu gosto…

Rubble of this loveOnde histórias criam vida. Descubra agora