At last.

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Minhas mãos soavam muito, ainda naquela noite aconteceria a premiação. Sarah me parabenizou a cada dez segundos, de acordo com ela eu daria uma ótima stripper. Nos conhecemos há pouco tempo, mas a energia é surreal, parece que são anos de amizade. Suas mãos tocavam meus cabelos, era um carinho especial. Deitei em seu colo e fiquei ouvindo seus murmúrios das outras dançarinas que, de acordo com elas, são tudo menos carismáticas. Sua sinceridade me assusta.

— Você fala mal de mim por trás também?

— Não, mas vou começar a falar, pode deixar.

— Se atreva, loira aguada. Faço sua cova aqui dentro.

— Tá bom, nanica. Tá bom. - Ela riu, tocando no meu nariz. — Aliás, você foi comida com os olhos.

— Isso é novidade? Homens são escrotos.

— E quem disse que foi por homem? Foi uma loira alta que babou em cada passo seu.

Sentei sobre o estofado e encarei ela, sabia que Marília estava na plateia e que havia me olhado algumas vezes, mas o termo que ela usou me despertou interesse. Uma espécie de fogo possuiu meu corpo, precisei suspirar fundo tentando retirar os pensamentos intrusos.

— Sério? Me conta o que você reparou.

— Ela te olhava tão séria, como se decorasse cada movimento do seu corpo. Teve uma hora que ela respirou fundo e jogou a cabeça para trás. - Eu ri de nervoso, Sarah parou, meio que relembrando tudo. — Com toda certeza você desconfigurou aquela mulher. Você a conhece?

— Não, não faço a mínima ideia de quem seja. - Não queria comentar sobre a Marília, além do mais somos colegas de trabalho e não sei como ela reagiria. — Adoro fazer o tipo de todos!

— Você é convencida, né? Eu também seria se tivesse seu corpo.

— Se eu tivesse o seu eu só andaria pelada, Sarah. Deixe de onda! - Depositei um beijo em seu rosto e abracei. Precisava ir, hoje a reunião seria na casa da Maiara. — Te vejo em breve, tá? Se cuida, loira!

Encontrei minha irmã na saída do local e abracei, Marília estava do seu lado mas nada falou, apenas me observava. Ignorei sua presença.

— Você arrasou, irmã! Continua sendo uma gostosa que seduz todo mundo.

— Cê acha? Ainda estou enferrujada. Quando será anunciada a premiação?

— Daqui a 10 minutos. - Marília comentou.

Olhei em seus olhos e respirei levemente, virei o rosto e apertei a mão da minha irmã sinalizando que entraria. Não sabia o por quê ela estava quieta, mas não estava interessada no momento em outra coisa a não ser a premiação.

Fiquei um pouco afastada do palco e falei com algumas pessoas que vieram me parabenizar pela apresentação. Confesso que o comportamento da Marília influenciou um pouco no meu humor, o que consequentemente me fez beber alguns goles da bebida. Peguei meu celular e verifiquei as mensagens enviadas, minhas amigas comentavam sobre o meu vídeo que circulava.

— Dançou bem. - A voz ecoou no meu ouvido, era familiar e bastante conhecida. Olhei em seus olhos e sorri sem graça. — Você está bem?

— Estou. - Fui curta o suficiente para cortar qualquer tipo de brecha para algum assunto. Seus olhos fixaram em mim, talvez tentando entender o que estava acontecendo.

— O que está acontecendo?

— Nada.

— Maraisa. - Ela tocou em meu rosto, erguendo meu queixo para que nossos olhares se encontrassem. — Você arrasou, muito! - Seu rosto aproximou-se do meu, tentei fugir, mas quando dei por mim já estávamos nos beijando lentamente, sem pressa. — Você… me desmonta! - Senti meu corpo inteiro arrepiar e um suspiro pesado sair dos meus lábios. Ela segurou firme no meu rosto e olhou para a minha boca. — Acabou comigo dançando daquele jeito, sabia?

Rubble of this loveOnde histórias criam vida. Descubra agora