Fright.

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Maraisa Henrique point of view.

Minha cabeça ainda doía, mas estava sonolenta devido aos medicamentos. Marília intercalava junto com uma enfermeira. Eu havia acordado há mais ou menos 30 minutos e ansiava para ver ela. Com muito esforço e cuidado para o acesso não sair, consegui me levantar e sentar sobre a cama. Alcancei meu celular e tinha inúmeras mensagens da Maiara.

Onde você está? - 13h00

Maraisa, eu quero te ver e não me dizem onde você está. Eu tô com medo. - 17h00

Irmã, por favor. Cadê você?? - 18h00

*Chamada de voz perdida às 18h30*

Suspirei, liberando todo o ar de tensão que se alojava em meus pulmões. Olhei para a porta assim que notei a maçaneta girar, Marília apoiou-se na soleira e cruzou os braços. Seu olhar estava turvo, um pouco baixo, e sua sobrancelha estava arqueada. Ela estava brava.

— Você, como médica, deveria respeitar ordens médicas, Maraisa Henrique. - Marília demonstrava irritação. — Custava você se cuidar pelo menos na minha ausência? - ela se aproximou de mim e sentou-se ao meu lado, gentilmente colocou suas mãos em cima das minhas. — Eu quero você bem… quero você forte.

— Eu já estou melhor, Marília! - retruquei olhando em seus olhos dilatados. — Por quê você me deixou aos cuidados de outra?

— Tive uma cirurgia imediata em um paciente, me desculpa.

— Não desculpo. Eu senti medo, sabia?

— É? - ela perguntou com voz de neném. — Você sentiu medo, pequena? - sua voz estava próxima o bastante do meu rosto, eu conseguia sentir o hálito de menta que saia da sua boca. — Fico feliz que agora você está bem.

— Quem disse que estou?

— Não está? - Marília perguntou movendo seu olhar para os meus lábios. — Vou ter que cuidar de você.

— Acho que sim. - olhei para os seus lábios tão carnudos e tão atraentes. — É, realmente necessito dos seus cuidados…

— Maraisa… - Marília pousou sua mão firme sobre a minha coxa. — Estamos no hospital, e… você está doente. Não provoque.

— Estou com saudades de sentir você. - sussurrei contra os seus lábios.

Marília aproxima a boca da minha, segura e impaciente, como se os últimos dois dias tivessem sido pura tortura. No momento em que nossos lábios se tocam, é como se uma brisa, queimando devagar por dois longos dias, finalmente explodisse em chamas. Ela sequer se dá o trabalho de começar com um beijo lento, preliminar. Sua língua invade a minha boca, como se tivesse ensaiado como faria assim que me beijasse. Ela segura em meu rosto e afasta os cabelos que insistem em cair. Gemo sobre os seus lábios, sentindo todo o meu corpo reagir ao seu beijo tão doce e quente.

Antes que pudesse puxá-la pelo braço e pedir para que ela me tirasse dali e fôssemos para um lugar mais reservado, Marília se afasta e encara os meus olhos. Sua boca está visivelmente vermelha devido ao beijo intenso, e sua respiração está descontrolada. Inspiro fundo e expiro.

— Eu resolvo isso em casa. Resolverei isso quando você melhorar e tudo estiver nos eixos. - ela diz, levantando e pegando a prancheta. — Aliás, Maiara estava atrás de você, mas não falei nada sobre seu estado. Ela sequer sabe que você passou mal.

— Isso é imprudente, Marília. Deveriam ter alertado a ela, mas você fez bem… ela já tem problemas demais! Onde ela está agora?

— Sim, fui imprudente e seria novamente se fosse necessário. Maiara está sob os cuidados de Larissa. Reservei, forçadamente, um quarto para as duas no hotel ao lado. — ela olha para o relógio de pulso do seu braço. — Preciso ir, linda. Os deveres me chamam. - antes que ela saia, Marília sela nossos lábios.

Rubble of this loveOnde histórias criam vida. Descubra agora