Unexpected.

915 102 33
                                    

Maiara estava afobada e o Gustavo segurava ela com os braços, o clima em si daquela sala estava assustador. As enfermeiras tentaram uma reanimação em Almira que não respondia aos remédios ingeridos no soro. Pedi para que as enfermeiras afastassem e segurei o desfibrilador.

- Carreguem em 200! - Ordenei, pedindo também para que retirassem Maiara e Gustavo daquela sala.

Os dois saíram a força pela enfermeira que os guiava para fora. Fiquei em torno de 10 minutos reanimando a mulher, preocupada e com os pensamentos em Maraisa.

Maraisa Henrique point of view.

Meu coração estava apertado, não estava com uma sensação muito boa e estava me preocupando. Mandei inúmeras mensagens para Maiara mas ela não respondeu, e também tentei entrar em contato com o meu cunhado. Paguei o jantar e sai do restaurante com a chave do carro na mão. Assim que destravei o carro, escutei uma voz longe mas um tanto quanto familiar. Olhei para trás e Larissa estava caminhando em minha direção. Ela me abraçou carinhosamente.

- Oi, Ma! - ela olhou em meus olhos. - Está indo para onde? - Ela perguntou.

- Estou retornando para o hospital, dei uma pausa e vim comer com a Marília.

- Estão namorando? Sabia! - ela disse sorridente.

- Não, boba! - quis rir, mas me contive. - Quer uma carona? Para onde está indo?

- Para o mesmo lugar que você.

- Sério? Entra aí então! - abri a porta do carro para que ela entrasse.

Em torno de 10 minutos depois já estava colocando o carro no estacionamento. Descemos e seguimos adiante do hospital.

As pessoas me olhavam atordoadas, mas não quis dar atenção. Larissa se despediu de mim com um beijo e ambas cruzaram outro caminho. Cheguei no meu andar e o clima estava pesado, minha secretária me olhava de relance mas ao mesmo tempo não conseguia me encarar. Apoiei minhas mãos sobre a sua mesa e forcei contato visual.

- O que está acontecendo? - esbravejei, mas ao mesmo tempo mantive a postura.

- Senhora, se acalme! - Ela pediu receosa. Seus olhos procuravam alguém específico, mas retornou seu olhar para mim.

- Eu não vou perguntar de novo, Marcela!

- A sua mãe... ela... - sua voz cessou e nós duas olhamos para trás de mim. Marília estava se aproximando de mim. - Doutora Marília! - ela se pôs de pé e cumprimentou a loira.

- Senhorita Marcela! - a loira sorriu brevemente. - Pode me acompanhar, Doutora Maraisa? - consenti.

Seguimos adiante o meu escritório e sequer dei tempo para Marília falar o que ela queria falar, segurei firme os braços da loira e ela ficou paralisada enquanto eu sacudia o corpo dela agoniada, querendo que ela me falasse a verdade.

- Se você me soltar, eu falarei. - exclamou.

Recuei alguns passos com a mão na cabeça e depois virei novamente para olhar para a doutora em minha frente. Eu sentia meu coração querer sair pela boca, mas busquei sanidade mesmo sabendo que não tinha.

- A sua mãe teve uma parada cardíaca.

- Como? - busquei apoio na mesa do escritório, sentindo minhas pernas amolecerem e meus olhos lacrimejarem.

Marília rapidamente me segurou pela cintura e abraçou meu corpo, eu não conseguia respirar e tudo em mim doía fortemente. Minha visão começou a ficar turva e depois não consegui ver mais nada, foi quando meu corpo desfaleceu nos braços da loira.

Rubble of this loveOnde histórias criam vida. Descubra agora