Relapses.

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Lari Ferreira point of view.

Embriagada, já não sabia que horas era naquele momento. A única coisa que tinha consciência era dos shots que tomei. Ver o amor da sua vida nos braços de outro é uma das piores dores. Não sei como consegui ir e presenciar. Doeu e continua doendo, e nem o álcool consegue tampar por hora o buraco que há em meu peito.

— Mais um, por favor! - Ordenei erguendo o dedo.

— Cê já bebeu demais, Lari. Pelo amor de Deus! - Henrique me repreendeu, ele estava preocupado comigo, mas ele não conseguia me ajudar. — Olha aqui pra mim. - Ele pediu segurando em meu queixo com seus dois dedos. — Ela não te merece!

— Ela casou, Henrique. A Maiara casou! - Queria me afundar, não estava acreditando que a pessoa que jurou uma vida inteira ao meu lado casou. — Eu fui só um caso… eu fui usada! - Esparramei a mão sobre a mesa com toda a força.

— Lari, calma! - Juliano pediu acariciando meu ombro. — Já foi, como o Henrique disse, ela não te merece. Esquece ela.

— Como esquecer o grande amor da sua vida? Me ensinem, porque dói tanto. - Segurei o pequeno copo com o líquido e virei com tudo na minha boca. O gosto amargo do álcool não se compara com a amargura de vê-la beijando outro. — Anotem: é a última vez que eu chorei por ela. - Disse com lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Eu sabia que era mentira, mas queria enganar o meu coração.

Não chore duas vezes pelo mesmo motivo.

"Sensível demais eu sou um alguém que chora por qualquer lembrança de nós dois. "

— Você odiar ela não amenizará nada. - Henrique falou.

— Como ela ousa casar com aquele filho da puta e ainda me manda mensagem?

— Ela te mandou mensagem?

— Sim. Olhem.

"Eu não consigo esquecer você, Lari. Eu não aguento mais." - foram essas suas palavras há exatos 10 minutos atrás. Provavelmente ela estaria bêbada, mas dane-se, quero que ela sinta na pele o que eu senti durante esses dois anos. Fingir que não tínhamos nada e vê-la beijando-o na minha frente como se amasse-o. Idiota.

— Lari, acho que vocês duas deveriam conversar. - Juliano propôs olhando em meus olhos. — As duas são adultas. Infelizmente deslizes acontecem, não a culpe por isso. Talvez não seja fácil para ela assumir que gosta de mulheres. Eu não sei. Dê uma chance, escute o que ela tem a dizer.

— Cê tá maluco? - Disse apontando o dedo pra minha cabeça. — Ela preferiu aquele pedaço de homem, pelo amor de Deus, Juliano. Que conselho é esse?

— Um ótimo conselho. Ao invés de encher a cara aqui, deveria escutar ela. - Henrique defendeu o posicionamento do Juliano. — Errar é humano, Lari! Conversa com ela.

Não entrava na minha cabeça que alguém que jurava me amar conseguisse dizer sim e proferiu tantas coisas lindas e juras de amor para outra pessoa. Eu não sei o que ele tem que eu não tenho.

Nas noites em claro era o meu nome que você chamava.

Era nos meus dedos que ela se derretia.

Era os meus lábios que ela procurava ao realizar algo.

Incompreensível.

Maiara Henrique point of view.

De alguma maneira eu tento alertar minha irmã sobre algo que eu faço, mas que não quero que façam com ela. Amar dois ao mesmo tempo é confuso, é contraditório. Amo o Gustavo com todo o meu ser, mas a Larissa é a dona do meu coração. Seu rosto lindo de menina, com traços fortes de mulher. Seu jeito meigo me fascina.

Rubble of this loveOnde histórias criam vida. Descubra agora