"It's like we can't stop, we're enemies
But we get along when I'm inside you"
A intensidade foi a ruína deles.
Como duas pessoas que não suportam respirar o mesmo ar terminaram na mesma cama?
Ele odeia o jeito que ela olha pra ele.
Ela odeia a voz...
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Acordo com o sol batendo no meu rosto e levo alguns segundos até eu entender onde eu estou, olho em volta e me recordo da noite passada. Jade não me deixou por nenhum segundo, dormiu agarrada em mim e não ousei sair de perto dela, ela ainda não me explicou o que rolou com aquele cara ontem, mas pelo estado que ela veio correndo até mim eu entendi que ela estava morrendo de medo. Quando eu vi ela chorando e em seguida a cara daquele filho da puta eu senti vontade quebrar os dentes dele, eu ficava puto só de imaginar o que ele cara tentou fazer com ela.
Sento na cama e estou só com a minha calça, tirei minha camiseta para dormir e como não tinha nada aqui que me servisse dormi de calça mesmo. Levantei e fui ao banheiro, era engraçado como a casa dela era a cara dela. Sai do banheiro e desci as escadas sentindo um cheiro muito bom vindo da cozinha, ela cozinha? Cheguei e ela estava do mesmo jeito que eu encontrei ela ontem, de camiseta e calcinha, achei que não era bom reparar naquilo naquele momento, sentei em banco perto da bancada e fiquei observando ela fazer um omelete, quando ela me viu deu um pulo pra trás se assustando, era tão bonitinha com a cara toda amassada.
-Que susto homem -Ela falou pegando o prato e colando o omelete -Bom dia.
-Bom dia -Ela me entregou o prato com o omelete, depois um potinho com frutas e pra finalizar um copo de suco de laranja -Tudo isso é pra mim?
-Sim, imaginei que você ia estar com fome -Jade pegou a tapioca dela que estava separada, suas frutas e seu suco, em seguida se sentou ao meu lado -Também é meu jeito de agradecer, obrigada pelo que você fez ontem.
-Que isso, não precisa agradecer, fiz o mínimo -Experimentei o omelete dela e estava incrível, achei que não tinha como superar o da minha mãe mas eu estava errado -Tá muito bom, você cozinha bem -Ela deu um sorrisinho tímido pra mim e continuou comendo -Vai me contar o que aconteceu ontem, ou não quer falar sobre isso? -Jade respirou fundo e me encarou.
-Vou resumir, ele era um amigo antigo, me ligou dizendo que tava com saudades, que queria fofocar e como eu não queria sair falei pra ele vir pra cá, aí a gente comeu, bebeu um pouco, estávamos assistindo um filme, ele começou a me beijar e até aí estava tudo bem -Eu fiquei atento na história dela e quando ela falou do beijo imediatamente toda a minha raiva voltou, ela respirou voltou a falar -Aí ele me deitou no sofá, e eu não tava no clima, não queria ele, aí eu pedi pra ele parar e ele continuou em cima de mim, comecei a gritar e ele ficou falando "eu sei que você quer, você sempre quer", tirou meu short e aí eu consegui empurrar ele e correr pra porta, o resto você já sabe -Que filho da puta, quantas vontade de arrancar todos os dele. Peguei a mão dela que estava apoiada na bancada e puxei para perto de mim e a abracei com força.
Ontem, quando entramos na casa dela e ela se sentou no chão chorando daquele jeito, eu senti vontade de sair e quebrar as pernas dele, nunca fiquei com tanta raiva na minha vida. Eu vi o medo nos olhos dela, ela estava apavorada, tremendo, respirando com dificuldade, eu só queria pegar ela no colo e cuidar dela, e foi o que eu fiz. Quando ela me pediu pra que eu prometesse que não ia deixar ela, eu não pensei duas vezes, eu não poderia deixar ela jamais.
