"It's like we can't stop, we're enemies
But we get along when I'm inside you"
A intensidade foi a ruína deles.
Como duas pessoas que não suportam respirar o mesmo ar terminaram na mesma cama?
Ele odeia o jeito que ela olha pra ele.
Ela odeia a voz...
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Ok, eu estou mais ansiosa do que gostaria, quando aceitei tomar um café com a Thays, mãe do Peazinho, achei que seria algo tranquilo para mim, mas agora que estou me arrumando para ir encontrá-la percebo que estou nervosa e tensa, não que eu tenha motivos para isso, só que convenhamos, é um pouco intimidador ir conversar com mãe do filho do seu… paro um momento para pensar e percebo que ainda não existe um nome para o que eu e o PA estamos vivendo, nem namorados, nem ficantes, isso não é hora para crises existenciais Jade.
-Amor, você viu a Nina? -Pa entrou no quarto e me olhou com uma cara confusa, provavelmente ele esqueceu que eu vou tomar um café com a Thays, continuei me arrumando enquanto ele se sentava na cama atrás de mim.
-Ela tá na terapia -Ri da cara surpresa que o PA fez quando eu disse a palavra "terapia", eu tive que praticamente arrastar a Nina para um terapeuta, ainda bem que minutos antes da primeira sessão ela entendeu porque era necessário.
-Como ela ficou ontem a noite? Você demorou pra ir pro quarto, acabei dormindo -Respirei fundo enquanto fazia uma maquiagem simples, ontem a Nina teve uma crise durante a noite, é a terceira vez essa semana.
-Acho que foi a pior crise dela até agora, ela apertava minhas mãos com tanta força que quando conseguiu soltar os meus dedos já estavam roxos -Eu não sabia dizer se era uma crise de pânico, ansiedade, só sabia que ela estava em crise, Nina começava a chorar compulsivamente e quase não conseguia respirar, cheguei até a pensar em levá-la ao médico, mas consegui acalmá-la. E foi aí que eu comecei a insistir para que ela procurasse um psicólogo.
-Ainda bem que ela aceitou procurar um psicólogo, porque sozinha ela só ia piorar -Concordei com a cabeça enquanto vestia uma camiseta, ele me olhou e fez uma expressão estranha -Onde você vai?
-A sua memória me impressiona -Eu já perdi as contas de quantas vezes eu avisei ele que eu iria encontrar a Thays hoje -Vou falar só mais uma vez, eu vou encontrar a Thays.
-Verdade, tinha esquecido -Encarei ele com uma expressão que dizia "jura?" -Tudo bem você ir conversar com ela? Você sabe que se não estiver confortável não precisa ir -A possibilidade de não ir já havia passado pela minha cabeça, mas eu sentia que eu tinha que ir
-Confesso que eu tô um pouco tensa, mas acho que vai ser bom -Eu expliquei enquanto terminava de ajeitar a minha roupa -Tem alguma coisa que te preocupa nessa minha conversa com ela?
-Não tô escondendo nada de você, só perguntei porque não quero que você se sinta pressionada ou que atropele as coisas, mas se por você está tudo certo, eu fico mais tranquilo -Me virei para ele e dei um sorrisinho, PA retribui e me chamou com a mão.
Fui até ele sentando em seu colo, PA beijou meu pescoço de forma carinhosa, não havia malícia ali, era um carinho, como se estivesse tentando me deixar mais tranquila. Olhei para ele e ficamos um tempo apenas em silêncio, nos observando, até que juntei nossos lábios em um beijo tranquilo, PA me segurou pela cintura de forma delicada e eu passei meu braço pelo pescoço deixando o nosso beijo mais intenso, mas ainda era algo reconfortante, era como se ele estivesse tentando me dizer que estava tudo bem e que daria tudo certo.
