"It's like we can't stop, we're enemies
But we get along when I'm inside you"
A intensidade foi a ruína deles.
Como duas pessoas que não suportam respirar o mesmo ar terminaram na mesma cama?
Ele odeia o jeito que ela olha pra ele.
Ela odeia a voz...
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I swear to God, when I come home I'm gonna hold you so close I swear to God, when I come home I'll never let go
Falling like the stars - James Arthur
Paulo André estava dormindo tranquilamente ao meu lado, enquanto eu estava em uma luta comigo mesmo para tentar pelo menos cochilar, mas nada. Encarei o teto e pensei nas últimas horas e em como o destino é uma coisa maluca, eu estava no Rio, me despenquei em Vila Velha, vi o PA com a Gabriela, dancei em um palco, enfim, parecia um daqueles filmes americanos sem nenhum nexo. Sentei na cama e observei o Paulo dormindo, ele parecia tão tranquilo, calmo, era um contraste perfeito com toda a confusão que estava acontecendo dentro de mim, eu estava apaixonada por ele e isso me deixava apavorada.
Olhei para o relógio e ainda eram quatro horas da manhã, minha cabeça vai explodir até o dia amanhecer. Levantei da cama e peguei a camiseta do PA que estava jogada no chão, coloquei ela e fui em direção a pequena sacada que havia no quarto, sentei no sofazinho que tinha ali e fiquei observando o mar na esperança de me acalmar, mas nem o mar estava curando a minha insônia hoje.
Eu não lembrava como era estar apaixonada por alguém, não sei se um dia senti isso por outra pessoa e era assustador estar tão entregue a alguém, principalmente conhecendo ele a tão pouco tempo, sei que dizem que amor não é tempo, é conexão, mas é tão estranho conhecer alguém e se conectar assim tão repentinamente, eu não sei o que fazer, não sei como agir, não se falo pra ele o que eu estou sentindo, eu estou completamente perdida. Quando eu disse que seria dele se ele fosse meu, não era só ao sexo que estava me referindo, na hora ele aceitou, mas se ele não entendeu as intenções que o coloquei na minha frase, eu realmente não sei o que vou fazer.
Encarei o mar novamente e estava tudo tranquilo, transmitia uma paz e quase me acalmava, mas meu coração parecia não queria descansar e a minha mente não parecia estar internada em dormir. Levo um susto quando sinto a mão do PA no meu ombro.
-Que susto, quer me matar? -Falei colocando a mão no meu peito e sentindo o meu coração acelerado, PA deu a volta no sofá e se sentou ao meu lado, pegou as minhas pernas e colocou sob as dele.
-O que tá te tirando o sono? -Ele perguntou me observando ainda com os olhos meio pesados de sono.
-Não é nada mais, só não tô conseguindo dormir -Falei desviando do olhar dele e voltando a olhar para o mar.
-Você é uma péssima mentirosa, vai me conta o que tá acontecendo -Como eu vou contar se nem eu sei explicar o que está acontecendo comigo -Uma das coisas que eu mais admiro em você é a sua capacidade de se expressar, então só fala, confia em mim.
-Eu também sempre admirei minha capacidade de externar o que eu estou sentindo, mas agora, eu simplesmente não consigo, porque não envolve só o que eu sinto, é algo muito maior -Eu não conseguia olhar para ele, eu estava com tanto medo, com tanto receio de falar o que eu estava sentindo.
