"It's like we can't stop, we're enemies
But we get along when I'm inside you"
A intensidade foi a ruína deles.
Como duas pessoas que não suportam respirar o mesmo ar terminaram na mesma cama?
Ele odeia o jeito que ela olha pra ele.
Ela odeia a voz...
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Eu não estava entendendo absolutamente nada, Nina e Patrick passaram o dia todo sem dar uma única notícia, estávamos apenas com uma mesma mensagem dos dois "tive um problema, depois te explico" e agora a Nina aparece de repente aqui, com os olhos vermelhos e inchados depois de chorar, por que eu sinto que o Patrick fez alguma merda? Não tive nem a oportunidade de processar a minha própria pergunta, logo meu celular tocou e era o ele, tomara que ele não tenha feito uma merda muito grande, atendi a ligação de imediato.
Ligação on.
Paulo André: O que aconteceu, Patrick? -Nem me preocupei em falar "oi, tudo bem?", porque obviamente não estava tudo bem.
Patrick: Sinceramente, eu não sei como eu cheguei na merda que eu tô -Respirei fundo enquanto me sentava em uma cadeira próxima a piscina, pelo tom dele o estrago foi muito maior do que eu estava imaginando.
Paulo André: Fala logo -Eu já estava meio impaciente, principalmente por todos os sinais estarem apontando que foi ele que fez a grande merda.
Patrick: Vou resumir, fui no Galleria já que o Ret ia se apresentar lá, curti, bebi só um pouco e quando eu estava indo embora os caras me chamaram para um after, eu acabei topando, na hora de ir embora mesmo, começaram uma saideira com doses de tequila -Ele respirou fundo antes de continuar se explicando e eu já estava tenso só em pensar que ele tenha feito o que eu pensei -Eu juro PA, não lembro de nada depois disso, só sei que acordei com uma mulher que eu não conhecia na minha cama e a Nina parada olhando pra mim.
Eu acho que não estava conseguindo absorver tudo que ele estava me contando, mas agora eu entendo o choro do Nina, o sumiço dos dois. Respirei fundo mas me mantive em silêncio, não fazia a menor ideia do que dizer para ele, eu só estava preocupado com a Nina, afinal três anos não são três dias, eu aprendi isso da pior forma, mas eles estão juntos há três anos e se fosse qualquer outra briga eu tentaria achar um jeito de ajudar ele a contornar, só que dessa vez não havia retorno.
Patrick: Fala alguma coisa, pelo amor de Deus -Eu conseguia perceber pela voz de o quanto ele estava desesperado e assustado e o conhecendo como eu conheço, sei que ele provavelmente está envergonhado e com medo de perder a Nina de vez.
Paulo André: Eu não sei o que te dizer -Estava tentando pensar em algo que pudesse ajudar, mas eu não conseguia achar nada que funcionasse para aquela situação.
Patrick: Eu não sei o que fazer, ela não me responde, não me atende, eu preciso falar com ela -Nunca fui a melhor pessoa em saber o timing certo para conversar sobre certos assuntos, mas eu tinha certeza que aquele era o pior momento para ele tentar uma aproximação com a Nina.
Paulo André: Só para te tranquilizar, ela tá aqui no Rio, mas sinceramente, eu acho que a pior coisa que você pode fazer agora é procurar ela, acho que os dois precisam de um tempo, principalmente ela -Ouvi o Patrick respirar fundo do outro lado da linha, nunca imaginei ver ele em uma situação dessas e por mais que eu acreditasse no arrependimento dele eu sabia que o que ficaria para Nina era a imagem dele com outra na cama.
