8. Nostalgia

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Alerta de hot

Se liguem nas datas!

[...]

Quatro anos atrás. 2022. Universidade de Delaware.

Os dois rapazes se jogaram no gramado do campo de futebol americano, exaustos depois de uma corrida pós-treino na academia da faculdade.

Taehyung ouviu seus colegas do curso de matemática gritando seu nome e acenando ao longe, então esticou o braço e acenou de volta.

— Seus colegas gostam mesmo de você?

— Quem é que não gosta de mim, Jimin-ssi?

— Ai, para de falar usando essas coisas! Não sou coreano! – O garoto de cabelos tingidos de ruivo vibrante fez um biquinho irritado e cruzou os braços, deitado na grama.

— Aiiish, você fica tão fofinho quando fica emburrado. – Tae disse com um sorriso largo e quadrado, então virou o corpo para se aproximar do garoto menor que ele e esticou uma das mãos para segurar em seu pescoço.

Jimin Park não era um romântico nato, não se considerava meloso e nem iludido, mas reconhecia claramente o motivo das borboletas no estômago quando Taehyung o beijava de repente, tão clichê e apaixonante.

Ele adorava a forma que sorria durante o beijo e as mordidas que dava em seus lábios quando se separavam. Os lábios carnudos e vivos de Jimin aumentavam um tom de cor ao serem puxados e ele adorava as reações que seu corpo dava ao sentir aqueles toques.

— Você é doido. — Jimin riu baixinho quando as bocas se separaram e Taehyung se afastou, mas continuou com o corpo de lado e próximo ao dele, na grama. — Não fica com medo de beijar um cara assim?

— Aqui dentro, não. — O indicador  de Taehyung circulou as bochechas mais magras e finas de Jimin. — As coisas mudaram bastante.

— Mas muitas, não. — O olhar de Jimin escureceu. O do outro era impossível, suas lentes azuis vibrantes o deixavam sempre brilhando. — Meu pai ainda é um pouco irritante com isso, desde que mamãe foi embora ele pega mais no meu pé.

— E ela tá falando com você?

— Quase nunca, mas não é culpa dela, quando eu tô dormindo ela tá acordada na Coreia... — Suspirou ao se lembrar da mãe. A senhora Park havia voltado à Terra Natal e tentou convencer o filho a ir com ela, mas Jimin já estava enraizado demais nos Estados Unidos para se permitir recomeçar em uma cultura completamente diferente.

— E você não tem vontade de ir pra lá?

— Eu não, não sou coreano! Eu não fiquei nem um ano lá!

— Tá bom, senhor americano. — Taehyung riu e voltou a deitar as costas no gramado.

— Você implica comigo, mas seu nome é Taehyung Smith. Sério, que merda de nome! — Os dois gargalharam com o comentário de Jimin, pois Tae concordava; achava Smith péssimo e voltaria a usar seu sobrenome original assim que o pai morresse. — Ei, o que vai fazer mais tarde?

— Meu namorado vai me buscar pra gente ir no cinema, ele conseguiu tirar carteira de motorista aqui. — Tae respondeu com um sorriso animado e quadrado ao falar do garoto que Jimin não conhecia e tampouco gostaria de conhecer, sequer sabia o seu nome e nem perguntava ao melhor amigo. Seu semblante perdeu o riso de segundos atrás e Jimin ficou sério, um gesto que passou despercebido pelo outro.

Não queria dar nome ao ódio cristalizado em forma de ciúme.

Quando Taehyung revelou viver um relacionamento aberto, Jimin não viu problemas nisso. Inicialmente. Achou o melhor amigo liberal e não quis desperdiçar a oportunidade de ficar com alguém tão atraente quanto Taehyung, então aproveitava qualquer oportunidade. Isso nunca havia afetado a amizade sincera entre os dois e o pai de Taehyung, o Sr. TaeH0, também gostava do garoto e o dava caronas até em casa eventualmente.

Almagesto | TaekookminOnde histórias criam vida. Descubra agora