5. Redoma (in)quebrável

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Alerta de conteúdo sexual

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Os dedos levemente tortos e longos de Jungkook folheavam o álbum de fotos com lentidão, perdido e nostálgico com aquelas lembranças.

A pequena cerimônia informal de casamento acontecera há vinte e cinco minutos de carro de Newark, em Deemer's Beach, uma faixa de praia que dava acesso ao Rio Delaware. Sempre era uma sensação boa se lembrar da família Kim acolhendo-o como um filho, do sogro que, apesar de debilitado pela radioterapia na época, fora quem conduziu a cerimônia, e gostava até de pensar que seus amigos acompanharam o pequeno casamento através de uma video-chamada.

Gostaria de que a família Jeon também tivesse comparecido — de forma presencial ou virtual —, mas não falava com eles desde que se assumira gay. O pai de Jungkook havia sido claro ao dizer que ele não era mais considerado membro da própria família por aquela "opção", que de opção não havia nada. Nunca escolheria sofrer preconceito, se pudesse.

Afastou os pensamentos tristes da mente e voltou a admirar as fotos Polaroids fixas no álbum.

Taehyung estava tão lindo na bermuda de linho branca e blusa social da mesma cor que o coração de Jungkook queria explodir de amor. Na época, seu cabelo era mais liso e caía mais nos olhos, ele sempre estava jogando-o para os lados e o mais novo achava aquilo charmoso.

Jungkook admirou uma foto tirada dos dois, com a praia ao fundo. Os olhos de Taehyung estavam tão azuis quanto a cor das ondas, quando o homem ainda usava lentes de contato coloridas. Já havia as abandonado há um tempo para usar óculos de leitura redondos iguais os dele, mas sempre os esquecia pelos cantos.

Um ranger suave da porta fez Jungkook erguer a cabeça, estava sentado confortavelmente na cama com as costas contra a cabeceira, protegidas por um travesseiro. Taehyung apareceu com os cabelos molhados, o tronco nu e a toalha ao redor dos ombros.

Jungkook engoliu em seco, sempre surpreso com a beleza do marido. Nem percebeu que Taehyung o encarava, curioso.

— Tá tudo bem? — Sorriu e tirou a toalha para enxugar outra vez os cabelos. Tae andou despreocupado pelo quarto, deu a volta na cama para estender a toalha em um gancho vazio do suporte de casacos e ajeitou a barra da bermuda, única peça de roupa que usava.

— O hyung é tão bonito, já faz sete anos e eu não me acostumo com isso. — disse baixo e com uma mordida no próprio lábio inconscientemente.

— Você só me chama de hyung quando quer alguma coisa... — Tae olhou de lado para o marido, que fechou o álbum de fotos e esticou o corpo para colocá-lo no chão. Assim que voltou, ajeitou o travesseiro para se deitar de forma ereta na cama e tirou as cobertas de cima de si, revelando o pijama azul de algodão.

— Vem aqui... — Esticou o braço livre de tatuagens e o mais velho balançou a cabeça, rindo. Taehyung colocou primeiro os joelhos na cama, para depois se ajeitar e ficar em cima do rapaz.

— Tava vendo as fotos do nosso casamento de novo?

— Sim, você tava lindo no dia. — Jungkook tocou no rosto do marido em um carinho leve, Taehyung estava com os cotovelos apoiados na cama ao redor do corpo do outro para não pesar em cima dele. As mãos do mais velho acariciaram seus braços devagar e ele sentiu a pele de Jungkook se arrepiar pelo choque térmico por ter saído do banho e o corpo ainda estar um pouco gelado.

— Eu só tava lindo nesse dia? — Mostrou um sorriso quadrado irônico que fazia seus olhos dançarem de tão animados e brilhantes que ficavam.

— Claro que não, idiota! — Jungkook riu com uma careta e bagunçou os cabelos de Tae. — Você sempre é lindo, demais... — O sorriso divertido começou a sumir e seus lábios se entreabriram em uma respiração pela boca, os olhos agora focados nos próprio dedo indicador circulando os lábios de Taehyung.

Almagesto | TaekookminOnde histórias criam vida. Descubra agora