Epílogo: 9 anos depois

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Seoul, capital da Coreia do Sul.

Park Jimin colocou os óculos escuros prendendo a franja acima dos cabelos ruivos — tingidos mais uma vez — e saiu do carro para esperar Hayun aparecer pelos portões da escola.

A garota apareceu correndo com a mochila do One-Piece balançando nos ombros e algo enrolado como um tubo de cartolina nas mãos.

— Appa Jiminie!!! — Hayun ergueu os braços cobertos de pulseiras azuis e revelou o pôster do grupo de kpop à frente do corpo. — Olha o que a Geum-ri me deu!

— Nossa, que bacana! — Jimin pegou o pôster das mãos da filha. — E quem são esses?

— Aiiish, como que não sabe? É o Enhypen! O maior grupo do mundo!

— Eu sou da época do Bangtan, meu amor, não conheço eles não. — dobrou o pôster para não rasgá-lo e estendeu a mão para a garota. — Vamos?

— Tô morrendo de fome! — A garota recusou a mão do Park para correr rumo ao carro preto de vidro esfumaçado do pai.

— Você tem que andar de mão dada comigo, Hayun!

— Appa Tae disse hoje de manhã que eu já sou uma mocinha que precisa lavar o copo do café da manhã, então eu sou mocinha pra não ficar de mão dada também! — Hayun colocou as duas mãos na cintura e lançou um olhar desafiador ao seu pai, que ignorou a afronta e abriu a porta do passageiro para a garota.

— Você tá muito respondona, isso sim! Aprendeu isso com quem, hein?

— Com o senhor. — Deu de ombros e deixou Jimin colocar o cinto de segurança na garota, que fingiu não achar graça do comentário tão sincero de Hayun.

A língua afiada do Park e da menina era a mesma.

A pequena de cabelos presos em um rabo de cavalo firme deixou a mochila nos pés e retirou um papel dobrado de lá enquanto Jimin dava a partida no carro.

— Appa, olha! — Estendeu o papel desdobrado para Jimin. — Vai ter apresentação de dia das mães na sexta, e eu vou ser solista de uma música!

— Essa menina é talentosa demais. – sorriu e pegou o papel antes de sair com o carro da vaga. — E quem vai querer levar pra gravar pra sua mãe?

— Appa Tae, óbvio! — falou com convicção. — Só ele sabe filmar, Appa Johnny fica chorando e esquece de filmar e o senhor fica tremendo a câmera!

Jimin gargalhou alto e deu a partida no carro; nunca havia conhecido uma criança tão honesta em tudo.

Achava graça da forma com que Hayun falava o nome de cada um deles, principalmente Jungkook: com Hana sempre chamando-o de Johnny, a garota entendeu desde os primeiros anos de vida que aquele era o nome do seu pai e nada a fazia mudar de ideia.

— Seus pais estão no estúdio esperando a gente, quer almoçar fora hoje?

— Pode ser naquele restaurante que tem a balinha que explode na boca?

— Pode sim, mundinho. — O loiro sorriu ao ver a filha de lado, que mexia nas unhas cobertas de esmalte.

Quando se mudaram para a Coreia há quase seis anos, pensou em como seria difícil para a garota de apenas três viver em um lugar tão diferente — mais ainda para ele mesmo, após mais de trinta anos em terras ocidentais. Felizmente, a rede de apoio ao seu redor era extensa e acolhedora: os amigos de Taehyung e Jungkook se tornaram os seus e a família Jeon estava cada vez mais próxima deles.

Apesar disso, ainda mantinham suas tradições: duas vezes por ano, viajavam aos Estados Unidos para ver a família Kim e as férias de Hayun sempre eram com sua mãe — para a surpresa e alegria dos três homens, Hana se apegou à menina mais do que pensou ser possível.

Almagesto | TaekookminOnde histórias criam vida. Descubra agora