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Point of View Adora Grayskull

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Um clique na porta me fez despertar.

O canto da sala estava escuro e já estava tarde quando olhei pela janela há horas atrás. Passei os últimos vinte e cinco minutos aguardando todo o envio do material digitado, que felizmente já beirava os 96%.

Catra surgiu usando um moletom esverdeado que cobria boa parte de suas coxas, provavelmente eu o deixei aqui e ela diz que minhas roupas são confortáveis, é adorável.

─ Você me disse não iria a lugar nenhum - Sua voz rouca e sonolenta surgiu e eu sorri com sua tentativa de caminhar até mim pelo escuro

─ Pelo menos você descansou - A morena se aproximou e esfregou um de seus olhos, empurrando minha cadeira para trás, se sentando sobre minhas pernas e se aconchegou em meu torso ─ Sabe, você não parece a vadia má mandona das líderes de torcida depois que acorda

Catra riu levemente contra meu pescoço e eu passei meus braços em volta de seu corpo, usando minhas mãos para alcançar o touchpad do notebook à nossa frente e verificar o processo do envio.

─ O que estava fazendo? - Ela questionou afastando-se um pouco para olhar na mesma direção que eu

─ Estive terminando as listas dos seus pais nas últimas horas, todo o arquivo que você deveria enviar em uma data limite acaba de ser concluída - Apontei para tela enquanto a barra alcançava os 100%.

─ Adora-

─ Não me diga que eu não deveria ter feito isso para você - A interrompi, sabendo exatamente o que ela estava pensando

─ Mas não é seu trabalho lidar com minhas responsabilidades.

─ Catra, você estava exausta - Fiz uma careta e ela se encolheu ─ Eu entendo que você quer ajudar seus pais, mas não faz sentido algum. Como eles esperam que você assuma algo assim se você nem dorme? É uma condição básica e ao ver o seu estado quando cheguei aqui, Deus, eles literalmente te privaram disso.

─ Eles só estão com pressa… eu acho-

─ Não é justificável, eu já disse. Não estamos negociando sua saúde, Laurent.

─ Você me chama assim quando está brava - Catra comprimiu os lábios antes de olhar para mim e me fazer respirar fundo

─ Amor, não estou brava com você. Apenas- caramba, é difícil - Entrelacei nossas mãos, acariciando o seu dorso em círculos ─ Eu senti sua falta. Fiquei me perguntando o que você estava fazendo ou se estava bem… Estou chateada por ter te visto daquela maneira, mas quero que saiba que você não precisa provar nada a eles, você entende isso?

Eu não poderia entender o motivo de tanta pressa para que Catra tomasse as empresas como sua responsabilidade, quero dizer, ela nem terminou o ensino médio e está exausta.

Agora seus pais voaram de volta para Paris e literalmente a negligenciaram pelos negócios, de novo e de novo e mais uma vez. Se eles conseguem fazer isso quando acabaram de voltar para casa e tudo que fizeram depois de um mero jantar em família foi encher a cabeça da própria filha que não viam há meses com mais trabalho.

Irritante.

─ Você é realmente boa demais para mim - Catra murmurou depois de algum tempo em silêncio ─ É a melhor coisa que me aconteceu e eu não posso acreditar em tudo que estou fazendo com você.

─ Você não está fazendo nada comigo, do que está falando?

─ Eu não sei se deveria soar assim, mas… sinto como se estivesse deixando você. Toda essa nova informação da viagem e a volta dos meus pais… Merda, isso bagunçou tudo, isso nos bagunçou

Loving You is a Losing Game Onde histórias criam vida. Descubra agora