I never hated you - III

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Point of View Narrator

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A maioria das pessoas correriam para as colinas com a oportunidade de não estarem presentes na volta mais catastrófica do ano, ter Catra Laurent Melog novamente na cidade era quase um milagre - ou uma grande maldição.

Ao contrário do que pessoas inteligentes fariam, todas as mulheres e seus filhos mantiveram a calma na sala de estar, aguardando o momento em que Catra atravessaria a porta para adentrar a casa.

A interação foi esperada por todas as pessoas presentes, menos por Adora, ela não queria realmente estar perto para ver a animação ou a decepção da Sra. Razz, a engenheira esperou que aquilo fosse um absoluto pesadelo onde ela poderia agarrar seu filho e correr para debaixo das cobertas em casa onde ficaria segura de toda a bagunça que estava se formando diante de seus olhos.

A loira não pode fazer muito para proteger a CEO.

Dessa vez, depois de anos, a morena tinha que enfrentar as consequências de seus atos e quitar pendências emocionais e diversos espaços sobrando que ela havia deixado sozinha.

Catra desejou que tais espaços fossem mínimos, quase tão insignificantes que não pudessem atingi-la mas, quando seus olhos cruzaram por todas as pessoas na sala de estar e se fixaram nas orbes escuras da senhora parada com uma bandeja repleta de biscoitos e as mãos trêmulas sob a superfície de inox, ela teve certeza de que havia quebrado mais corações do que imaginava.

Ela tinha quebrado o coração da mulher mais velha em tantos pedaços que ela quase pode ouvir algo quebrando quando a bandeja de cookies ia ao chão. Felizmente Skylar estava perto o bastante para evitar a queda e imediatamente tomou as rédeas da situação, tocando sobre os ombros da Sra. Razz antes de puxar o item de suas mãos, para Razz tudo estava em câmera lenta, as vozes ecoavam em seus ouvidos. A mulher não foi capaz de se concentrar em uma única palavra dita ao seu redor, seus olhos estavam apenas sobre a sua neta que partiu por um longo, longo tempo.

Razz sequer acreditou que o que estava vendo era real.

Seus sentidos só voltaram a funcionar quando seu vestido foi puxado repetidas vezes por pequenas mãozinhas, através das lentes de seus óculos fundo de garrafa ela viu o pequeno Clay em sua mais alta animação, sorridente enquanto apontava para a CEO.

─ Vovó Razz, a Catra é a sua neta! Como eu, não é? Eu quero dizer, ela é muito legal. Nós tivemos uma pequena briga mas ela se desculpou comigo e com a mamãe, agora ela veio visitar você. Você não vai falar com ela?

A morena aproveitou o pequeno espaço de tempo da fala de Clay e se aproximou rapidamente, ela não chegou com o intuito de abraçar ou dizer que sentia muito, uma parte de seu corpo lhe dizia que isso viria naturalmente sem parecer as coisas ridículas e ensaiadas que seu pai sempre a obrigava a dizer em público. No fundo, Catra sentia-se muito mal por ter partido, observando os detalhes de sua avó mais de perto ela foi capaz de perceber o quanto o tempo havia passado, os dias não pararam de atingir a mulher, ela estava envelhecendo.

Seu peito fisgou ao se dar conta de que não viu isso chegando, ela sabia bem que o ciclo da vida era único para todos, mas ver os cabelos esbranquiçados, a pele mais enrugada, as leves tremedeiras nos dedos e as rachaduras suaves nos lábios da mulher que a criou, isso a desestabilizou o suficiente para que algumas lágrimas se acumulassem em seus olhos.

─ Ela não é bonita, vovó? - Clay disse em uma tentativa de sussurrar, neste momento Adora estava entrando do outro lado da pequena sala, cabisbaixa depois da conversa nada agradável com sua ex - as duas, aliás ─ Eu disse à mamãe que ela é bonita.

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