End of inertia IV

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Point of View Narrator

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Adora se levantou em silêncio ao ver que a cabeça de seu filho estava recostada ao braço da morena adormecida no sofá.

Ambos estiveram jogando videogame nas últimas quatro horas, Clay se divertiu ao máximo ao descobrir que finalmente existia alguém tão bom quanto ele jogando Asphalt 8. Catra tinha cedido ao cansaço sem pensar no risco de ter uma conversa tensa mais uma vez com a loira, mas Adora não faria isso depois da noite da pizza.

Provavelmente seria um gatilho para entristecer Clay caso ela tentasse arrumar outra discussão sobre o passado, o garoto aparentemente estava à vontade com a CEO mesmo depois do último episódio.

Seus braços seguraram o menino com cautela enquanto o levantava no colo para carregá-lo até o seu quarto, Catra se remexeu por alguns segundos apenas para virar o rosto ao lado oposto ainda dormindo. Para sorte de Adora ela não acordou.

Adora caminhou escada acima e empurrou a porta esverdeada com adesivos dos desenhos favoritos de seu filho, se agachou para puxar a cordinha do abajur em formato de bola de futebol e o deixou sobre a cama, Clay tinha um hábito de dormir com um de seus ursinhos de pelúcia mas já adormecido não houve nenhuma movimentação para abraçar o ursinho felpudo azul que ficava ao lado do travesseiro.

A loira respirou fundo ao ver que o garoto não ameaçava acordar, nem no momento que o deixou em sua cama e nem no meio da noite, provavelmente toda comida e as partidas seguidas o esgotaram completamente nas longas horas.

─ Isso foi fácil - Ela sorriu para si mesma ao ver o seu pequeno dormir tranquilamente antes de arrumar as cobertas em seu corpo.

Com pequenos passos igualmente silenciosos Adora se esgueirou para descer as escadas, rezando para que Catra estivesse acordada prestes a pedir desculpas e ir embora sem mais enrolações, pelo menos era o que o lado sensato dela estava implorando. Por outro lado, ela só queria abraçá-la tão forte quanto costumava e pedir desculpas por ter sido uma cretina há algumas horas, o que não significaria que seu coração não estivesse partido.

Ao contrário do que imaginava, a morena permaneceu adormecida. Ela estava trêmula graças ao clima esquisito de Berkeley, em certas épocas do ano a temperatura poderia baixar de maneira extrema em pouco tempo, alcançando facilmente menos de 0 graus.

Ela pensou em largar a CEO a própria sorte. Eventualmente ela poderia ir embora ou simplesmente pedir um cobertor para não ter que sair por aí tão tarde, inconscientemente ela decidiu que de jeito nenhum a deixaria sair sozinha à noite no frio.

Seus passos pareciam durar séculos para se arrastarem até alcançá-la, suas pernas obedeciam aos comandos lentamente, como se ela estivesse entrando em transe a cada passo. Em cada um deles uma memória invadia sua mente, era como se estivesse voltando à adolescência mais uma vez.

─ Laurent - Adora murmurou com a voz trêmula ao se sentar ao lado da morena ─ Acorde

Os olhos da francesa se abriram, revelando o brilho em suas orbes sonolentas.

─ Vamos, eu vou levá-la ao quarto de hóspedes - Adora continuou tocando em seu ombro de maneira amigável, o corpo da morena se arrepiou por completo

─ Não é necessário - Catra disse abruptamente se afastando e levantando do sofá para pegar seu celular na bancada onde comeu pizza com o filho da loira ─ Tenho mesmo que ir, está muito tarde e-

─ Não - Adora segurou seu pulso antes que ela pudesse ir até a porta e engoliu em seco ao receber o olhar da CEO sobre ela ─ Não vou deixar que saía essa hora, é perigoso.

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