Pumpkin soup

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Point of View Adora Grayskull

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Três dias.

A essa altura, Catra já deve ter embarcado em seu vôo para França.

Estive esperançosa nas últimas 8 horas que passamos juntas no hospital, até ela dizer que tinha que ir.

Recebi alta depois disso e não fiz nada além de olhar para o teto o dia inteiro. Meus pais estão vindo, eles largaram o trabalho que estavam fazendo quando receberam a ligação de Hope e provavelmente vão chegar pela manhã.

Hope resolveu ficar aqui para me ajudar com o que eu precisasse já que minha irmã teve que sair por grande parte do dia para realizar o plantão no hospital.

A porta soou com três batidas antes de ser aberta, revelando Hope segurando desajeitadamente uma bandeja com pipoca e suco de laranja

— Não conte a sua irmã - Ela avisou antes de colocar tudo sobre a bancada — Não posso dar aquela sopa horrível a você, tem cheiro de abóbora em conserva

— Muito obrigada - Agradeci mentalmente por ela pensar assim, a comida hospitalar de Mara era uma tortura. De jeito nenhum vomitar enquanto estou com hematomas por toda parte está na minha lista de afazeres

— E a Catra? - Hope perguntou, receosa

— Sem mensagens - Dei de ombros — Ela já deve estar em Paris

— Oh, isso é… Sinto muito

— Nós meio que conversamos sobre isso, eu contei tudo e pedi que ela ficasse. Você sabe, não há nada que eu me arrependa por não ter dito. Mesmo assim ela se foi e acho que tudo bem.

— Tem certeza?

— Não - Sorri sem emoção — Mas o que eu posso fazer?

— Pensei que estaria tentando fugir para França assim que ela fosse embora, sabe? Você é um pouco imprevisível.

— Não vou atrás dela, Hope. Não é viável e muito menos romântico quando os próprios pais são o seu maior problema e você ainda dá ouvidos a eles. Provavelmente ela chutaria minha bunda para agradá-los, assim como fez com Skylar e os antigos amigos.

— Você está tirando conclusões precipitadas porque está com raiva e chateada mas, se deixar isso de lado, nós duas sabemos que a Catra gosta muito de você. Ela não faria isso.

— Você não pode saber isso, Hope.

— Mas eu sei.. Eu- Meu relacionamento com a sua irmã nem sempre foi tão fácil, relacionamentos são complicados e, bem, nem sempre eu estive aqui em Berkeley. Distância é uma merda, principalmente quando você está colocando sua vida em risco. Veja bem, enquanto Mara fazia seu trabalho como a ótima cirurgiã que é eu estava tentando não morrer em diversas trocas de tiros. A preocupação excessiva quase nos arruinou, mas eu garanti que ficaríamos bem quando tudo acabasse.

— E então deu certo?

— Claro. Eu não desisti quando ela quase desistiu também, me senti um peso para ela por algum tempo. Imagine você deixar alguém tão preocupada a ponto dela desistir de fazer seu trabalho porque sua cabeça não está lá naquele momento. Mara já deixou a sala de cirurgia diversas vezes quando eu estava em missões difíceis e esperava por uma mensagem como se sua própria vida dependesse disso.

— São casos diferentes, Mara não teve pais idiotas que lhe diziam o que fazer.

— Sim, bem… Mas ainda é um obstáculo. O seu obstáculo são dois idiotas e o de sua irmã foi o medo de receber a notícia de que sua namorada foi morta em confronto. Eu poderia ter desistido de minhas missões, mas é o meu trabalho. As pessoas precisavam de mim e Catra acha que seus pais precisam dela e é o que ela acha certo. É uma escolha sua abrir mão do que vocês duas tem ou não.

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