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London
Sina

- Obrigado - agradeceu Noah ao sairmos do restaurante.

O Vento era leve de mais, o calor era mais presente, as pessoas saiam de camisetas de manga curta agora. O barulho das minhas botas contra o chão eram suaves, apenas um clack em comparação a outros saltos. As ruas estavam vazias para uma tarde de sábado em Londres, e as poucas pessoas que passavam, andavam passeando.
A mão quente de Noah encostou na minha cintura, me abraçando de lado,  enquanto andávamos silenciosamente até o carro espaçoso dele. A parte lateral do meu corpo - o qual sua mão quente havia encostado, se arrepiou.
Ao entrarmos no carro, ele soltou um suspiro, logo acelerando.

- Você está bem mesmo? mal falou uma palavra durante o jantar e...

- Eu estou bem. Acho que só...só são family issues - ri nervosa- Você nem tinha de se preocupar. Obrigada por me....acolher, eu acho.

- Eu tinha que me preocupar, Sina. Você é especial, você é especial para mim.

Dei um sorriso tímido, não é todo dia que a pessoa que você gosta admite isso para você. Novamente, sua mão avançou na minha, a segurando firme contra minha coxa.
Ele então ligou o rádio, deixando minha perna vazia, senti um frio percorrer naquele local. Ligou no aleatório da playlist do spotify, e uma música suave tocou. Turning page.

Sorri.

- Team Edward ou Team Jacob?- me perguntou, com as mãos cravadas no volante. Bem, não é qualquer garoto que assiste crepúsculo, não é?

- Edward. Sempre. - respondi rápido, ele não poderia imaginar que eu tinha alguma dúvida sobre o melhor par para Bella. - Jacob teve um imprinting  com Renésmme, não faz sentido achar que ele é  para Bella. Fora que, a parte, Edward é melhor no quesito: Isabella Marie Swan. Nunca consegui preferir Jacob.

- Ah, qual é? Edward deixou Bella num momento que ela queria estar com ele. Eu acho que isso tira tantos pontos do sanguessuga...

- Nossa! Você está falando igual Jacob falaria!

- É?

- É! Não deve se chamar Edward ou qualquer vampiro de Sanguessuga, principalmente se ele ou ela for um Cullen.

- Que exagero.

- Exagero? Você chamaria Alice Cullen de Sanguessuga?

- E ela não é?

Apertei o banco com força, não deviam chamar NENHUM Cullen de Sanguessuga...bem, se fossem os Volturi....

- Estou brincando, respeito os Cullens.

- E você é team...

Ele bufou.

- Team Isabella.

- Bella. -corrigi- mas...

- Edward. Ele não é lá essas coisas mas...

- Mas nada! Argh! Você está me estressando! - ele rio. Continuei escutando a música enquanto olhava pela janela.

Ao chegarmos em casa, insisti a Noah para ele ficar em sua casa, disse que estava bem. Depois de bastante custo, ele falou que as oito iria ali. Não me importei. Pensei em cozinhar algo. Tomei outro banho, com a água um pouco mais gelada, um choque térmico tomou meu corpo após a água entrar em contato com minha pele clara. Me permiti pensar enquanto lavava meus cabelos com xampu de morango.

Eu sabia que logo teria que por um basta nas coisas, não poderia acontecer novamente o que aconteceu essa semana. Não queria que as pessoas ficassem tão preocupadas comigo, se Savannah soubesse, iria pegar o primeiro avião para cá. Talvez ela desconfie que eu não estou nos meus...ham... melhores dias.
Eu queria minha amiga aqui por um tempo, talvez num final de semana... Eu sentia tanta a falta dela, ela é como minha irmã. Eu queria poder vivenciar mais coisas com ela, e as milhas de distância me desmotivavam. Acho que não eram os mais adolescentes. Agora eramos adultas. Oficialmente. Talvez Sav ainda tenha a mentalidade um tanto infantil. Resolvi que mandaria um convite para ela vir aqui logo, com mais precisão porque necessitava da ajuda dela. Ela viria. Eu sei que viria. Assim como se ela precisasse da minha ajuda.
E tinha a questão delicada de Noah, droga. Eu acho que eu estava...ah, eu acho que eu estava gostando dele. Bastante. Na sem ardia pensar que talvez eu mudasse em relação a ter uma relação. Por exemplo, quando cheguei aqui, ainda estava mais reservada, agora sinto como se todos os holofotes estivessem virados a mim, e câmeras me acompanhavam a  cada passo. Esse é o problema de gostar de alguém? Você muda pelas pessoas? Ou é porque você se rende por ela?

Me enrolei na toalha seca assim que desliguei o chuveiro, parando uns segundos para me observar contra o espelho. Passei alguns hidratantes, sem desviar os olhos de minha face. Acho que a pequena Sina cresceu e está com dificuldades na vida. Quem diria.

Pus meu pijama, sequei o cabelo apenas com a toalha e resolvi ligar para minha amiga. Para a minha melhor amiga, na verdade. Ela estava tão estonteantemente suja de tinta. Se via apenas o brilho de seus olhos claros.  Eu me abri com ela, não totalmente, algo me prendia. Mas consegui desabafar um pouco. Ela me prometeu vir me ver no próximo mês, acontece que nesse ela teria que finalizar sua estátua.  Me senti feliz que em alguns dias, veria minha melhor amiga.
Peguei um frango na geladeira para fazer, eu o fritei com um pouco de manteiga, fiz um arroz bonito e uma salada já estava pronta na geladeira.
Liguei a teve e fiquei deitada um tempo olhando a tela plana, assistindo the Crown. Eu gostaria de aprender mais sobre a monarquia Inglesa, e seria muito interessante tanto para mim mesma ( Pela cultura) tanto para minha vida de trabalho. É bom você entender sobre a cultura do local onde você mora. Claro, eu não estudaria apenas pela série da Netflix, mas achei interessante.
O inglês britânico dos personagens me fazia salivar para aprender esse sotaque.
Me levantei após meia hora de episódio assistido e atendi a porta para Noah que segurava uma tigela na mão, com fatias de Melão.
Ele estava tão cheiroso quanto nos outros dias, o aroma doce invadiu minha casa em três toques. Seu sorriso me desmoronou, os dentes alinhados e brilhantes eram quase como um lustre. Eu sorri de canto. Ele fechou a porta, largou a tigela sob a mesa de entrada e apanhou meu rosto com as duas mãos, logo me beijando.
Os nossos lábios pareciam ter tanta sintonia, o hálito gelado me fazia arfar ao meio do beijo. Me soltei dele transferindo alguns selinhos no rosto pálido.

- O jantar está servido. - disse ainda com a testa grudada a dele.

- E a sobremesa?- disse ele me apertando mais contra o corpo -agora quente- dele.

- Você trouxe melão.- apontei para o vidro.

Ele desistiu logo, ainda com um sorrizinho manhoso. Soltou minha cintura e se virou para a cozinha.

- Mas tem o vinho também. - avisei, com um sorriso sapeca.

- Aé? - perguntou ele, se voltando para mim.

- Uhum - disse cruzando as mãos em seu pescoço, ele puxou a minha cintura para próximo de seu corpo novamente, me causando arrepios.

- Pode começar pelo vinho?

- um gole.

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