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Londres
Noah Urrea

Eram mais ou menos sete e meia e eu já estava pronto, mal conseguia imaginar que em meia hora veria Sina novamente.
Hoje a não vi mais, foi ao banheiro e Silvia havia avisado que ela teve que sair com urgência.
Usava uma calça cargo preta e um camisetão, Linsey odiava a roupa pois era como se eu tivesse 17 anos. Mas eu me sentia confiante o suficiente com a roupa. Ao dar vinte para as vinte, eu peguei meu carro, e me fui. Sina disse que iria sozinha, pois devia passar num ligar antes.
Ao chegar lá, passei minha reserva e a recepcionista lpgo abriu espaço e mostrou aonde era minha mesa. Era decorada com algumas detalhes vermelhos e um par de cada coisa.
Esperei cerca se 15 minutos até a figura loira a minha frente aparecer.

Ela usava um vestido estilo tubinho branco, as mangas iam ficando mais compridas até o braço. Usava um salto branco também e um coque muito bem preso com duas mechinhas de cabelo para frente. A maquiagem era muito leve, quase nada, tirando o batom vermelho que lhe dava um ar de vida jovem. Segurava a pequena bolsa ( branca também) enquanto conversava com a recepcionista. Enquanto ela vinha, parecia estar num desfile. Uma perna de cada vez, a postura extremamente reta, os braços juntos ao corpo e o olhar centrado a uma coisa. Myself. Ela sorrio e veio até a mesa.

- Boa noite- ela me cumprimentou

- Boa noite - igualei - Está muito bonita moça.

- Obrigada, o senhor também está muito bem -  dei uma risada fraca pela formalidade - E então, já pediu algo?

- Só água.

- Ótimo, oque irá pedir?

- Você está com fome?

- Muita, na verdade. Eu não comi hoje. Praticamente tomei meu café.

-Acho que vou pedir uma massa carbonara, e você?

- É, acho que vou pedir um strogonoff de carne com cogumelos japoneses.- ela fechou o cardápio- parece ótimo.

Fizemos os pedidos, que demorararia cerca de 15 minutos para virem. Pedimos também vinho, o qual bebiamos enquanto conversávamos.

- Hoje você ficou o dia na rua, né?

- Sim. Miller havia me pedido para ir fotografar um assalto que tivera, horrível. Mataram um criança de 4 anos só porque ela tentou fugir. Eu não entendo tamanha crueldade.

- Acho que no mundo em geral, cenários assim acontecem diariamente.

- Mas não devia! Como que normalizar isso vai ajudar  em algo? Nada. São coisas...catastróficas!

Achava engraçado as diferentes palavras dela. Eram palavras inteligentes.

- Você não me passou as fotos, não é?

- É, eu fiz com outro jornalista. - Ela disse e bebeu o vinho- Mas eu passei para ele.

- Com quem você trabalhou.

- Seu nome é Caleb Anderson. Ele trabalha muito bem, gostei do resultado de trabalho dele.

Dentro de mim, eu havia revirado os olhos. Caleb é literalmente a pessoa mais narcisista dali. Estudamos juntos no ensino médio, Josh o odiava, mas ele sempre deixava a desejar. Eles já brigaram no soco, eu nunca me meti, só tirava ele da briga. Nunca conversei com ele a não ser em alguma questão do trabalho, ele namorou Beverly por 1 ano, e ao invés de sair quando terminaram, ele continuou trabalhando ali. Tudo indica que Beverly queria o enganar quando entrava pela porta e o via conversando "simpaticamente" com a  recepcionista.

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