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Germany
Sina

As minhas melhores memórias de infância são na casa da minha avó. Me lembro que quando viajavamos, sempre implorava para voltar mais cedo para mim passar pelo menos uma semana na casa de minha avó. Quanso chegava na casa, já podia sentir o cheiro do bolo sendo feito, dos biscoitos saindo do forno, da salada de frutas geladinha. Eu amava.
Quando ela morreu, eu tinha apenas 14 anos. Me lembro da dor sufocante que senti ao ver ela no caixão, com uma rosa branca entre suas mãos entrelaçadas. Uma das rosas que eu a ajudei a plantar num dos dias em que passei o dia em sua casa. Como não me lembrar dela como uma pessoa extremamente otimista e carinhosa? Me lembrava dela por me defender de meus pais sempre. Eu sentia sua falta.
Ela faria tanta diferença hoje.

Eu e Noah estávamos a caminho de Karlsruhe. A cidade em que eu fui criada, há sete horas e vinte e cinco minutos da capital da Alemanha, Berlim, aonde estávamos hospedados e também local aonde eu morei por muitos anos também. Noah dirigia, já estávamos a 2 horas da capital alemã, e eu estava tentando pensar no que fazer. Como seria chegar lá e ver todos novamente. Com certeza doeria muito por meus pés lá novamente. Seria lancinante. A única pessoa que eu sentia falta era Anne; apesar de não termos nos falado muito durante minha vida, sempre a vi como uma pessoa em que eu podia contar. Com certeza meu pai não estaria lá, teria de ter algum migué para ele ir para a mansão. Eu estava muito nervosa.

As placas marcando Karlsruhe se aproximavam muito rápido, e, logo, a placa do bairro Krausk, o bairro de pessoas nobres na cidade. Estava nervosa, tinha medo de chegar e eles já estarem lá. Queria uma entrada triunfal.

Mas eu sabia que minha melhor entrada seria amanhã, na festa de Hallowen. Meus pais sempre investiram em festas que chamassem atenção, como o Hallowen. Eram festas chiques com muitas pessoas sofisticadas.

- Ahm, o GPS está dizendo que estamos a 1 minuto. - engoli em seco.

Então vi as paredes grandes que cobriam a lateral da mansão. Quanto mais nos aproximavamos, mais podíamos ver o portão grande. Me arrepiei. Rapidamente subi os óculos escuros que usava, precisava ver ao vivo e a cores. A casa com a qual eu tanto tinha pesadelos, estava na minha frente novamente.

- É o condomínio? - perguntou ele ainda olhando para a frente.

- Não, é....é a minha casa. - disse com desgosto. Aquele lugar não poderia ser considerado uma casa.

- Nossa senhora. - exclamou ele agora concentrado na casa.- Você morava nessa...Mansão?

- Aham.

- Uau.

Quando nos aproximamos da entrada, o segurança estava ali, Noah abriu o vidro. Era Hans, o segurança dês de que eu me entendo por gente.

- Ah meu Deus! Sina! Menina! Você voltou! - vibrou ele, sorrindo de orelha a orelha.

- Sim senhor Hans. - dei uma pausa o observando. Talvez uma rulga a mais. Mas ainda estava o mesmo - Infelizmente contra minha vontade - assegurei e pude ver o desapontou em seu rosto.

- É, imaginei. Mas eles ainda não chegaram.

- Ótimo. Pode liberar a passagem?

- Com certeza senhorita. Ah, e prazer rapaz. - comprimenta Noah, que não responde pois não percebeu que ele falava com o mesmo. Bom, Noah não fala alemão.

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