my neighbor

31

London
Sina

- Uau, eu estou doidinha, Uhul! - disse Any cantarolando com um cachecol de pluma azul que tirou de algum lugar da festa a qual eu não me recordo.

- Nem me fale, acho que hoje eu vou dormir azul!- falei bebendo a última gota da bebida que estava em meu copo.

- Sinitcha! Você não era aquelas que ficava esperando o namorado sair da festa ?- perguntou Sabina ao meu lado.

- Era. Mas olha, eu comprei agora um copo da festa, então, eu posso beber até acabar com tudo. - disse mostrando o copo roxo que brilhava na luz escura do local.

- Você tem razão gata! Vem vamos dançar!- A brasileira me puxou até a pista, deixando Sabina descançando.

Acho que eu Nunca havia ingerido tanto álcool na minha vida toda ( também não era muito difícil). Minha cabeça estava a milhão, eu via pessoas se esbarrando, dançando, se pegando e até se esquivando. Mas eu senti a que estava completamente nova. Se álcool reduz  quase as bactérias quando passamos nas mãos, imagina se ingerimos? Ficamos quase imortais!
A música com batidas me fazia remexer o quadril, os meus pés estavam voando, eu sentia como se estivesse voando quando estava ali. Eu já havia dado uns 4 foras, e me senti esquisita por isso. Bem, eu não estava namorando...mas eu estava ficando. Quase igual. Tomei mais alguns goles da bebida que estava em minha mão e continuei dançando com Any.

- Hein, o que está havendo entre você e Josh?-perguntei, meio alto, mas era ainda meio baixo.

- Eu não sei na verdade! Estamos confusos! Ele se declarou para mim, eu também mas... Eu não faço idéia do que fazer! Eu pedi um tempinho pra tentar por as ideias em dia mas não consigo.

- Olha, eu também estava assim com Noah - Ela me olha surpresa- Por isso estou aqui agora. Bebendo, o que eu normalmente odeio. Mas ó- ergo meu copo e ela o dela - Aproveitemos!

Dançavamos loucamente, meus cabelos estavam já se grudando em minha pele pelo suor.

- Que vença a melhor - disse apertando a mão de Sabina.

- Vou avisar, eu sou a melhor.

Comecei a virar os copinhos de shots tentando ser mais rápida que Sabina. Minha garganta estava corroída, e quanso vi, Sabina já ganhara e todos gritavam animados a favor dela.

- Eu nunca perco. - Ela disse apertando minha mão.

- percebi- falei e bebi o último copo.

☆

Nos últimos da minutos, eu estava tão tonta a ponto de ver corações roxos em qualquer ponto de luz. Minhas pernas estavam bambas bambas, e minha cabeça estava mais louca do que o normal. Olhei para Sabina que dançava comigo e parecia do mesmo estado. Any estava sentada ao nosso lado, com a aparência ruim também.
Estava tudo tão tonto, minha visão estava torta, estava cambaleando.

- Eu...ahm...ahm...Eu acho que eu vou no banheiro - falou Sabina.

- Eu também- dissemos eu e Anu em uníssono.

Seguimos Sabina. Eu devia ter tropeçando umas 6 vezes, eu estava quase caindo. Me sentei na escada, nem vi se elas se ligaram que eu havia parado, mas não as vi mais, então suponho que não. Tirei meus saltos e percebi o quanto meus pés doíam. Comecei a sentir a tontura novamente.

- Você precisa de ajuda?- alguém me perguntou, não conseguia distinguir se era homem ou mulher, a voz não era muito alta perto da música  que ainda tocava fortemente às três horas da manhã.

Algo que eu sempre aprendi quando criança, era que não devíamos nunca confiar em estranhos. Jamais. Eu nunca confiei nem em meus professores, quem diria alguém que chegou em uma balada e me perguntou se eu quero ajuda?
E eu me arrependo muito de não ter pensado isso. Eu não sabia o que aconteceria se um estranho me ajudasse, eu estava quase morrendo ali.

- Ahm, porque você me ajudaria?- me levantei, então percebi que era um homem, eu sabia que o reconhecia, mas não sabia da onde. Minha visão estava torta.

- Por algum favor?- ele disse. Senti os lábios dele se juntarem aos meus tão rápido que até me assustei. Mas eu estava bêbada. Eu queria não ter tido aquela ideia besta.
Senti ele passar as mãos por mim, acho que comecei a ter consciência quando me afastei.

- O que você...- minha voz estava tão ruim quanto minha visão. Tentei lembrar o que tomei. O máximo que tomei foi os shots. Nada tão pesado para estar assim, pelo menos eu achava.- Você não pode ficar em mim...- minha voz saia arrastada, quase como um sussurro de olhos fechados. Tentei continuar as escadas, previ ele parado na escada. Quando meus pés estavam subindo tão devagar, sento que havia chego ao fim.
Logo a mão dele tocou a minha, eu estava tão maluca. Ele foi me puxando, devagar de mais para alguém que estava prestes a fazer algo ruim.

- Sabina..Any... - sussurrei.

- Vamos meu anjo.- ele continuou, e então, um baque atingiu minha cabeça.
Apenas um ser humano que eu conhecia me chamava assim. Charles. Senti que estava prestes a descobri, mas queria não ter certeza. Comecei a ir para o lado contrário, mas ele me puxava de volta.
E em alguns segundos, a minha visão havia desaparecido. Os meus pés haviam cedido, e eu acabar o caindo no chão. Não me lembrava de mais nada. Se ele havia me pego, ou me deixado ali.

As mãos quentes de Any chacoalhavam meu rosto. Sentia muito calor, muito mesmo. Comecei a rir, era uma sensação maluca aquilo. Abri os olhos devagar e Any e Sabina estavam ao meu lado, do mesmo estado que o meu. Me enganei quando achei que as mãos quentes eram de Any,  na verdade era de Nour. Aí meu Deus!
Me levantei cambaleando ainda, olhando tudo a minha volta com olhos iluminados. Me joguei no chão, ainda rindo, ele era mais refrescante. Percebi estar de banho tomado, não sei como. Continuei rindo muito.

- Sina - A voz de Noah era clara ali. Senti os braços musculosos me puxarem, e meu corpo então se chocou contra algo maciço. Percebi pelo cheiro que era a cama de Noah.

- O que...

- Amanhã conversaremos. Durma.- ele disse cobrindo meu corpo com uma colcha.

- Você pede dormir comigo não é?- disse o puxando.

- Sina, não.

- Qual é? Vai me deixar aqui sozinha?

- Eu sei que não é esse sentido que você está falando. Vamos, eu fico aqui  com você.

- Então tá legal. Mas vai me deixar muito - um bocejo atrapalha minha fala - boa noite.