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Londres
Narradora

Sina se arrumava como se fosse a um campo de flores, um vestido azul com detalhes brancos, os cabelos soltos e se sentia bem. Arrumava constantemente suas maquiagens porque não estavam do jeito que ela conseguia se acalmar.
Noah tomava o café cedo, com os olhos caídos quase dormindo. A postura torta e a roupa dobrada em cima do sofá estavam presentes ali. Noah ainda estava imerso, pensava muito em como seria o dia que viria pela frente, e ainda pensava quanto tempo faltava para terminar a série que ele começou a assistir na sexta-feira. Cobra Kai. Linsey havia chego na hora que o irmão já estava completamente rendido a série e procurava na internet "aulas de judô". Não é judô, seu idiota! Tá na cara que é karatê! Foram as palavras da gêmea que quase morreu quando se deparou com tamanha idiotice.
Faltavam 15 minutos para o horário que eles haviam combinado de se encontrar, e Noah ainda estava na frente do espelho, molhado por conta do banho, e penteava o cabelo para vários lados, parecendo Elvis ou Freedy Mercury, mas no final das contas, chacoalhando como o Noah de sempre. Dês de quando tinha seus 7 anos e jurou para sua avó que nunca iria parar seu tempo para pentear os cabelos ondulados, enquanto a senhora o penteava para o lado, cabelo lambido como zoava Linsey. Ao estar pronto ( e cinco minutos atrasado)  Noah correu tão rápido até o último andar, que quando  percebeu, já estavam todos lá a sua espera.  No carro antigo do pai de Josh, um Chevrolet opala anos 70, estavam todos lá. Josh sorria e usava um óculos escuro.

- E aí bonitão? Tá pronto?- Josh disse sarcástico e buzinou- Tentando impressionar alguma...gatinha?- seus olhos bateram contra o retrovisor, onde Deinert estava sentada, com as bochechas levemente coradas, e com o olhar centrado na leve movimentação das 09:30 da manhã em um bairro do centro de Londres.

O garoto sorrio e entrou no carro.

- Você é tão pobre a ponto de ter que usar o carro antigo do seu pai?- ele falou entrando no carro.

- Vejamos...

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- Ah Díos Mio, no puede tener tanta personas!- a mexicana disse se abanando com uma garrafa de água saborizada.

A rua das flores estava cheia, muito cheia. Todos ali se abanavam muito, quase caindo de calor. Era por volta das dez horas e, andavam pela rua com calor. As meninas iam mais atrás, conversando e, mais a frente, os três  garotos falavam sobre, ah, qual é? Você já sabem!

- Então eu pedi desculpas e ela aceitou, assim como eu.

- Acho que isso tudo é paixão.- Kristian falou rindo levemente

- Paixão? Não! Eu não sei é...é esquisito sabe? É tipo...ham...hum...

- Você gosta dela?- o loiro pergunta ao olhar levemente para trás, aonde as três tiravam fotos.

- Eu...eu não...eu não sei! É estranho!

- Você , é muito estranho.

Os dois param e esperam as garotas, Sabina rouba uma foto e todos continuam andando, Sabina conversava animadamente com Kristian sobre sua saída na noite passada com o namorado, Josh passava o braço pela melhor amiga ( vulgo Any) e  conversavam sobre coisas aleatórias que os dois pensavam. Sina e Noah iam atrás, Noah com as mãos no bolso, e Sina com os braços cruzados.

- Eles não...eles realmente não tem nada?- A loira apontou aos melhores amigos abraçados na frente.

- Ao que tudo indica, sim. Mas ao que eles aprovam, não. - ele falou risonho, e tirou uma risada da garota ao seu lado. - Ah sei lá,  eles são apenas melhores amigos, mas as vezes a gente acha que eles já deram uns amassos. Principalmente na Universidade, oh, na Universidade! Numa festa Halloween, estávamos gravando todos saírem do carro para um trabalho de gravar uma dança. Any estava vestida de algo lá de baixo- ela ri- e Josh de flamingo, é sério. Saíram do carro com a boca lambusada do batom da Gabrielly. Isso foi hilário!

- Amizade colorida - Ela ri

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Okay, o calor já atingia um nível extremo. Nem mesmo a sobremesa favorita de Sabina e Any no Smokestake fizeram elas melhorarem o humor. As duas reclamavam tanto, que Kristian quase jogou elas no meio da rua. No fim da tarde, já se esfria a mais, estando uma temperatura razoável. Eles estavam na rua pixada, com os pés pro alto da ponte, enquanto Any contava-os o quão incrível o Brasil é. Sina imagina as praias do Rio De Janeiro, do jeitinho que sua cabeça programava ( segundo as falas de Any também), das tardes bebendo água de coco nas praias Brasilienses. Seus dedos batucavam contra a pedra da ponte, e fazia uma musiquinha brasileira que a loura havia escutado em algum beco por aí. 

- Na bruma leve das paixões que vem de dentro - A cacheada canta- Tu vens chegando pra brincar no meu quintal.
No teu cavalo, peito nu cabelo ao vento
E o sol quarando nossas roupas no varal ....Tu vens, tu vens....eu já escuto os teus sinais, tu vens, tu vens... Eu já escuto os teus sinais.

- Nossa, sua voz é linda. Encantadora!- A loira prestigiou.

- Obrigada, Si.

Trocas de sorrisos e elogios naquela roda não faltava ( E de olhares também não...).
Sina e Noah coravam ao se olharem no mesmo instante, sempre virando o rosto para outro lado. Ao voltarem para casa, todos conversavam sobre o quão idiota Josh foi ao perder uma partida de xadrez por um peão, e, ainda mais, ele se distraiu com uma camiseta da Zendaya. Sina e Noah foram sentados um ao lado do outro, sina estava extremamente encolhida para não encostar em Noah, não queria que algum ato, que poderia causar afeto ou vergonha num dos dois, fosse criado ali.
Mas como o mundo não são rosas ( Oh, bem que eu queria) um imprevisto surgiu.
Um baita imprevisto, diríamos assim.

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