"sentir dor, eu vou jurar ao último ouvido do meu universo o quanto você é descartável, o quanto sua molecagem não permitiu nenhuma admiração da minha parte."
[Narração Sol]
Respiro fundo.
1/2/3. Calma Sol. Calma. Ele não é assim, ele vai mudar.- Presta atenção em mim sua idiota! - Grita me assustando.
- O quê? - Indago olhando para ele.
- Você acha que alguém conseguiria te amar? Pelo amor de Deus, Sol! Olha para você, é digna de pena.- Afirma avançado sobre mim, sua mão se fecha em volta do meu pescoço, não havia ar, não estava conseguindo...respirar! Sinto meu rosto queimar, estava ficando vermelha, sei disso, bato no braço dele mas ele sorri ao me ver tentar lutar, o que eu deveria fazer? Simplesmente morrer ali?
Dentro daquele carro, no meio do nada, tarde da noite com até então meu "namorado" me enforcando, aquele que deveria me amar, me proteger.
Não! Eu não aceito esse final, morrer dessa forma estava fora de questão, piso no acelerador fazendo o carro se mover, Leon me solta, tempo suficiente para eu abrir a porta do carro e correr, correr o mais rápido que posso, correr até minha pernas queimarem, correr do homem que um dia eu amei.
Chego a estrada, dois faróis vinham na minha direção, me preparo para receber a pancada do carro batendo contra o meu corpo, não acontece, ao invés disso...
- MEU DEUS MENINA! Você está bem? - Uma mulher desce do carro que freio em cima de mim, ela aparentava ter uns cinqüenta anos.
- ME AJUDA, POR FAVOR, ME TIRA DAQUI, EU IMPLORO! - Peço,estava desesperada.
- Calma, você está machucada? - Indaga.
- Vamos sair daqui, por favor..- Choramingo.
- Tudo bem.- Diz destravando as portas do quarto, eu entro e graças aquela mulher, eu não morri aquela noite.
No caminho de volta para a cidade eu conto á ela tudo o que houve, meio atordoada eu não tinha para onde ir, Leon me procuraria em todo lugar, minha casa, casa da minha família, nunca aceitou nosso fim, ele não era o mesmo do começo e eu não podia mais ficar sendo maltratada.
- Deus te enviou, senhora. Obrigada.- Agradeço entre lágrimas.
Olho no retrovisor as marcas no meu pescoço, Deus do céu.
(...)
– Espera.– A mulher que agora eu sei que se chama Mari diz, antes que eu descesse.
– Pode ficar na minha casa, é bem segura, eu garanto, nada entra ou sai sem que meu filho saiba.– Afirma.
Fico receosa, acabamos de nos conhecer, eu sei que ela me ajudou mas ainda era uma estranha.
– Eu sei, é loucura, mas pensa comigo, ele vai te procurar em todo lugar que ele acha que você vai estar, você não me conhece, automaticamente ele também não, como te acharia na minha casa? – Indaga e pensando assim, ela tinha razão.
– Seu filho não vai se zangar? – Pergunto pensando em realmente aceitar aquilo.
– Você é minha convidada, não cabe a ele aceitar ou não.–Afirma.
Sem um plano melhor e sem ter para onde eu ir, sou impulsiva.
– Vou ficar alguns dias, então.– Digo e ela sorri.
Seguimos de carro até a parte "rica" da cidade, pelo carro que ela dirigia eu deduzi que era uma mulher da alta sociedade mas passamos todas as mansões até chegar em uma mais afastada, era enorme e toda na cor madeira, com segurança para todos os lados e uma garagem enorme com uns 9 carros, fora a piscina.
Isso me lembra que Leon também tinha uma mansão, o pai dele era juiz e a mãe? Delegada.
– Anda, o carro do meu filho está ai, acho que ele veio almoçar em casa hoje.– Diz me puxando, almoço, percebi que não comi nada desde ontem.
– Jeff? – Ela chama ao entrar na sala enorme, quase tudo era vidro e mármore.
– Na cozinha.– Responde a voz masculina, seguimos até lá e eu prendo o fôlego na mesma hora.
Alto, pele clara, olhos castanhos, cabelo escuro, boca fina e rosada e ao me ver ele sorri, que sorriso..
– Nova faxineira? – Pergunta, claro que ele pensaria isso, rolei na terra noite passada tentando fugir do psicopata do meu ex.
– Minha convidada, essa é a Ingrid e Ingrid esse é o Jeff, meu filho, espero que vocês se entendam.– Afirma a mulher e eu vejo o sorriso de Jeff sumir.
– Ajudamos sem teto agora? – Diz revirando os olhos.
Babaca!
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Vermelho, Caos E Nós.
Fanfiction"VERMELHO, por todo sangue que vai ser derrubado ao longo dessa história. VERMELHO, porque é a cor do batom dela quando a vejo. VERMELHO, que me lembra sua lingerie, minha favorita. VERMELHO, porque é a cor da minha alma." Nem branco que simboliza i...