Capítulo 10 - You'll get better

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"Para de correr atrás, para de se importar, seja indisponível!
Pessoas gostam do que não tem."

Jeff.

Quando ela acorda pela manhã eu já estou de pé, havia acabado de entrar no quarto com uma bandeja de café da manhã.
– Trouxe seu café, depois vou te ajudar com um banho e de tarde vai ter uma visita.– Digo pacientemente, ela não diz nada, coloco a bandeja na frente dela e a mesma passa a comer, até que seus olhos vêem o outro lado da cama bagunçado.
– Você dormiu aqui? – Indaga.
– Sim.– Digo vendo seus olhos abrirem assustados mais que o normal. – Não pense besteiras, eu apenas dormi, você está doente, como pode pensar que eu faria...deixa pra lá.– Concluo fechando os olhos devagar, porque fui acordar tão cedo?
– Desculpe por duvidar de você e obrigada por se preocupar comigo.– Afirma, para a minha surpresa ela sabia o que era gratidão.
– Porque não me contou dos pesadelos? Quando começaram? – Pergunto aproveitando que agora estavamos conversando mais.
– Desde a noite que você não dormiu em casa, acordei assustada depois de sonhar que Leon entrava aqui, me sufocava e matava você, então te procurei mas não achei na casa, ai quis ocupar a mente e começa a limpar a prataria, vi você chegar mas parecia que tinha bebido e feito outras coisas, havia batom no seu pescoço e você já me ajuda tanto que eu não quis te preocupar ou te dar mais problemas, como você disse uma vez, é isso que eu sou, problema.– Afirma, quando termina ela pausa para respirar.
– Precisa aprender a confiar em mim, Lírio.– Digo pegando sua mão mas ela foge do meu toque, finaliza seu café e tenta se levantar de uma vez, claro que na hora ela se desequilibra e sente tontura, só descansou algumas horas, não eram suficientes para seu corpo recarregar o sono que ela não dormiu em dias, estava fraca.
– Eu te ajudo.– Digo a segurando pela cintura.
– Eu consigo sozinha.– Afirma tentando se soltar.
– Não seja teimosa, acabei de dizer para confiar em mim, lembra? – Pergunto e bufando ela aceita a minha ajuda, entramos no banheiro e eu sento ela no mármore da pia, começo a erguer sua camisa e ela segura as minhas mãos..
– Eu faço isso sozinha, pode ir, sem chance que você vai me ver nua! – Afirma.
– Jura? Está preocupada com o que? Você não faz meu tipo e ainda por cima está doente, acha que eu sou o quê? Pelo amor de Deus Sol, tenho santa paciência.– Digo nervoso.
– Não preciso que me diga que estou sendo patética, eu sei, mas não consigo evitar, eu tenho medo de tudo..– Sussurra enchendo os olhos de lágrimas.
– Não precisa ter medo de mim, não vou machucar você, nunca! – Digo.
– Você não entende? Ele também dizia isso! Eu nunca vou machucar você, eu quero cuidar de você, pode contar comigo..tudo foi mentira.– Diz. – Eu ergui um muro de proteção em volta de mim, por favor, tenha paciência.– Pede
– Eu não sou ele, Sol! – Concluo.
– Meu Deus, ele não me machucou só fisicamente, entende? Ele feriu a minha alma e depois a queimou, não sobrou muita coisa em mim e estou começando a achar que não tem muito o que viver..– Confessa, ela estava quebrada.
– Uma chance, só uma e no meu primeiro erro eu nunca mais me aproximo, pode tentar? – Indago olhando em seus olhos.
– Posso tentar mas não prometo.– Sussurra
– Tudo bem, feche seus olhos e confie em mim.– Digo e ela fecha os mesmos, tiro suas roupas, ela não me impede em nenhum momento, não consigo evitar meu olhar sobre as várias cicatrizes nela, queimaduras de cigarro, cortes..
Pego seu corpo nos braços e a coloco em baixo do chuveiro, ela de apoia em mim enquanto eu passo sabonete sobre seu corpo, sei que devia ser a coisa mais difícil do mundo para ela aquele momento mas ela estava sendo forte, depois do banho eu ajudo ela a volocar um pijama e ela se deita.
– Você disse que alguém viria..– Sussurra.
– Uma psicóloga, eu contratei, ela vai te atender em casa nas primeiras semanas para você se sentir mais a vontade, ela já está lá em baixo, vou chamar ela e depois deixo vocês a sós..– Afirmo mas ela segura minha mão..
– Fica aqui enquanto falo com ela, por favor.– Pede e assim eu faço, Doutora Edna entra no quarto e eu estou sentado na cama ao lado de Ingrid, ela segura a minha mão enquanto a médica começa a sessão.

Vermelho, Caos E Nós.Onde histórias criam vida. Descubra agora