Capítulo 22 - Nothing happens by chance

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"Quando pessoas boas agem mal é por alguma razão."

"No final, o verdadeiro amor não causa dor, ele cura."

Sol.

– Se não for minha, não vai ser de mais ninguém! – Leon grita apertando meu pescoço, ele estava sobre mim na cama, não conseguia respirar, choro sendo sufocada, onde estava o Jeff?
Mas então num impulso maluco eu olho para o lado e vejo uma tesoura, estico a mão e uso o pouco de ar que ainda tenho para puxar com força e enfiar a tesoura em seu braço, atravesso o mesmo e ele me solta, o sangue começa a jorrar e eu acordo assustada, suada e surpresa, estava na minha lua de mel, Jeff dormia pesadamente ao meu lado da cama, foi nesse dia que eu entendi o que eu tinha que fazer para não ter medo, pra esse trauma me deixar em paz.
Lutar. Não fugir mais e sim me me defender, no sonho ele me soltou quando eu me defendi, então eu faria isso, não dava pra fugir e depender da proteção dos outros a vida toda.
Levanto da cama, tomo um banho, me troco e saio do quarto, nem tomo café, vou direto para o jardim.
– Pode vir aqui, por favor? – Peço a um segurança parado na entrada do sitio.
– Do que precisa, senhora? – Indaga.
– Informação, todos vocês sabem lutar e atirar certo? – Pergunto e ele concorda.– Preciso de alguém que me ensine, preciso aprender a me proteger quando estiver sozinha, conhece alguém? – Não sabia o nome daquele segurança e sinceramente eu nem pensei em perguntar, estava aflita demais depois daquele sonho.
– Minha irmã é policial, ela está afastada e procurando emprego no momento, posso falar com ela.– Afirma.
– Faça isso, quando voltarmos a cidade peça que ela vá me ver.– Digo e ele concorda.– Espera, você disse que ela está afastada, porque? – Estava curiosa.
– Não aceitou propina de uma familia rica.– Diz e eu sorrio, o tipo de pessoa que não podia ser comprada.
– Qual o nome dela? – Sussurro..
– Diana.– Afirma.
– Diga a Diana para me ver quando voltarmos.– Concluo, me afasto e entro na cozinha, começo a tomar café sozinha.

Meu coração acelera, ele entra na cozinha, está sem camisa, só usando uma bermuda, ele sorri.
– Você não me acordou.– Afirma se sentando e pegando um pedaço de bolo.
– Você estava dormindo bem já que chegou de madrugada.– Constato e o sorriso dele some.
– Achei que estivesse dormindo.– É tudo que diz.
– Mas não estava.– Concluo me levantando, coloco neu prato na pia e o lavo, depois caminho para fora da cozinha, subo escada atrás de escada até chegar ao terraço da fazenda, dava pra ver tudo lá de cima, alguns seguranças estavam lá observando as redondezas.
– Saiam.– A voz atrás de mim diz e eles obedecem, não tinha nada ali além de duas cadeiras, fico em pé olhando todo aquele verde e as árvores, era de tirar o fôlego aquele vista, a muito tempo não via algo digno de olhar, de tanta beleza como aquela, quer dizer, tirando "ele" dormindo.
– Não vou mentir pra você, eu passei o dia e parte da noite fora ontem porque fui pra cidade.– Diz, me viro para olhar ele, ainda sem camisa e com uma expressão triste nos olhos.
– Você não tem que me explicar nada, nosso casamento não é real.– Afirmo.
– Não faz isso Lirio, é real pra mim.– Sussurra se aproximando, segura minhas mãos.
– Não somos só nós dois aqui, não percebe? Sou danificada, somos três: eu, você e o medo.– Suspiro.– Estou tentando superar isso, mas a insegurança parece viver aqui e estou te arrastando pra isso..– Digo.
– Intensidade, é só o que eu quero de você. Traumas? Posso aguentar isso, só não posso ficar sem você, ontem eu..encontrei Leon.– Diz.
– O quê ? – Indago olhando ele, não tinha marcas em seu corpo
– Está preocupada? Não estou machucado, mas ele..– Sorri.
– O que você fez? – Indago assustada.

Vermelho, Caos E Nós.Onde histórias criam vida. Descubra agora