Capítulo 06 - Angel Baby.

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"Quer saber a verdade? Você me afeta! Me afeta de uma maneira que eu não sei explicar."

[Narração Sol]

Dor.
Parecia que minha cabeça tinha batido em algum lugar, será que eu cai?
Me sento na cama e olho em volta, meu quarto.
Na cômoda ao lado tem um copo de suco e aspirinas para dor.
Pego as mesmas na mão e engulo junto do suco, até a claridade dos vidros das janelas me deixavam com dor.
Ouço batidas na porta.
– Entra.– Afirmo, minha barriga ronca, eu estava faminta.
A porta é aberta e Jeff entra, ele me olha com cara de poucos amigos, o que não era novidade alguma.
– Sua cabeça está doendo? – Pergunta e faço que sim.
– Eu bebi muito? – Indago.
– Quatro taças e já ficou alegre.– Afirma.
– Meu Deus..– Sussurro.
– Lembra de tudo? – Indaga.
– Bebi e dormi sobre a mesa, só isso, mas obrigada por pedir a algum segurança para me trazer para o meu quarto.– Afirmo, porque só podia ser isso, claro, ele jamais me traria.
– Entendo.– Parece irritado?
– Nada mais? – Pergunto.
– Sério que você não lembra de nada mais que isso? – Repete.
– O que eu tenho que lembrar? – Sussurro.
– Deixa pra lá.– Ele bufa.– Aqui, isso é pra você.– Diz esticando uma sacola para mim, eu pego a mesma e abro tirando de dentro uma caixinha branca, dentro da mesma um celular na cor vermelha, um iphone.
– Porque está me dando isso? – Pergunto surpresa.
– Minha mãe ligou aqui em casa ontem a noite e ninguém atendeu, então me ligou quase a noite toda pedindo para falar com você porque acha que eu te mandei embora e eu não sou mensageiro ou garoto de recados, então atenda você mesma ela no seu celular.– Esclarece, ele era idiota sempre ou só as vezes? Sempre.
– Obrigada, eu acho.– Afirmo ligando o mesmo.
– Já salvei o número dela ai e o meu.– Conclui me fazendo olhar para ele.– Eu prometi de proteger e se precisar me ligar em uma emergência é normal ter meu número.– Afirma caminhando para a porta, parecia que estava fugindo.
– Não vai anotar o meu? – Pergunto.
– Eu já tenho.– Concluo saindo do quarto.
Quando eu acho que ele vai ser gentil, vem com quatro pedras na mão, é impressionante.

(...)

– Ele realmente não te expulsou? Não foi desagradável? – Dona Mari pergunta do outro lado da linha.
– Olha, ele não é nenhum príncipe mas não me expulsou.– Afirmo.
– Eu conheço bem o Jeff, eu pari ele! Sei que não é fácil mas tente lidar com ele ok? Eu volto logo e vou ligar sempre, se ele passar dos limites eu dou um sermão nele.– Afirma.
– Tudo bem, eu aviso.– Digo sorrindo.
Depois de desligar eu coloco um vestido e faço um coque, desço para a cozinha faminta, aproveitando que minha dor de cabeça passou.
Pego um pedaço de bolo enquanto Maria me fala sobre sua vida amorosa, acho engraçado quando ela fala que o namorado dela só anda na linha com ela e antes que eu pergunte mais vejo uma garota ruiva cheia de maquiagem e com um vestido roxo passar pela sala acompanhada de um dos seguranças.
– Quem é ela? – Indago.
Ela se denomina "companheira de luxo" mas no português correto? Mulher da noite, é uma das garotas da boate do patrão, as vezes elas vem e a maioria das vezes é essa ruiva. – Afirma.
Da boate do patrão? Jeff tem uma boate? Ou melhor, mais de uma?
– Elas vem para..– Não termino, vejo apenas Maria fazer 'sim' concordando com a cabeça.
– Ele costuma fazer mais quando a Dona Mari não está, ela odeia essas mulheres andando na casa.– Afirma.
Acabo sentindo nojo, todo homem é assim? Só pensa nisso, usar as mulheres para o próprio prazer, fazer o que quer e depois dispensar.
Ontem ele me fez acreditar que era diferente do Leon, mas não é, todos são iguais sem tirar nem colocar.
Termino meu bolo em silêncio e resolvo nadar um pouco, como eu não tinha biquíni peço a Maria para trazer um das lojas da cidade, ela ia até lá buscar alimentos para o jantar mesmo.
Quando volto me entrega um biquíni vermelho neon, coloco o mesmo e depois entro na piscina começando a nadar, tinha muitos seguranças? Sim, mas Dona Mari disse que eu podia, então..

Vermelho, Caos E Nós.Onde histórias criam vida. Descubra agora