Vermelho, Caos E Nós.

Capítulo 49 - Family.

"Ela acreditava em anjo e porque acreditava, eles existiam."

"Seja a mulher que conserta a coroa de outra mulher sem dizer ao mundo que estava torta."

Jeff.

6 horas depois estou quase subindo pelas paredes sem notícias, olho na recepção mais uma vez e me aproximo.
– Pode me dar alguma notícia sobre a minha mulher e a minha filha? – Indago.
– A minha resposta é a mesma que a de 20 minutos atrás, eu não tenho informações novas.– Resmunga.
Se eu sacasse a minha arma e desse um tiro na cara dela eu sairia como errado?
– É melhor tomar cuidado quando andar na rua.– Digo e só essas palavras são suficientes para amedronta-lá.
Ela se afasta e eu volto a me sentar, não sei quanto tempo mais se passa até que o médico aparece.
– Familiares de Sol Satur? – Indaga e eu me levanto na mesma hora, estava sozinho ali, minha mãe queria vir mas quanto menos gente fora de casa melhor, meus seguranças estavam em torno do hospital.
– Como elas estão? – Pergunto.
– Bem, deu tudo certo, no momento sua esposa está anestesiada e dormindo, foi um parto difícil e antes do tempo, sua filha é saudável, está na maternidade junto aos outros bebês, pode subir até lá para vê-la.– Afirma.
– Depois vou poder ver minha mulher? – Indago.
– Sim, só não demore muito, ela precisa recuperar as forças, pode voltar amanhã se quiser.– Diz.
– Não, só saio daqui com elas.– Concluo passando por ele e indo ver minha filha, era a bebê mais linda do mundo, cabelo preto, ela era bem cabeluda, estava dormindo e vestida como a princesinha que era.
Não contenho minhas lágrimas, Deus e sua criação me espantavam com tanta perfeição.
Sigo para o quarto de Sol, estava dormindo, pálida, obviamente cansada e provavelmente perdeu muito sangue.
Na recepção peço um quarto particular para ela e assim posso ficar o tempo todo ao seu lado, algumas horas indo ver minha filha, assim passei a noite.

SOL.

Abro os olhos, sinto um formigamento no corpo mas não chega a ser dor.
– Você acordou.– Jeff diz, estava sentado em ima cadeira ao lado da minha cama.
– Lua..– Sussurro.
– Ela está bem, é tão linda.– Ele diz sorrindo, isso me acalma.
– Eu quero vê-la.– Afirmo e ele concorda.
– Logo vão trazê-la pra você amamentar, descansa um.pouco agora.– Diz se levantando e colocando um travesseiro nas minhas costas.
– Obrigada.– Digo.
– Não precisa agradecer, sou seu marido, não sei inimigo, Lirio.– Afirma.
– Eu sei, mas as coisas estão diferentes entre a gente.– Sussurro.
– Mas eu ainda te amo e agora que já teve nossa filha acho que está na hora de saber tudo, eu não fui sincero com você sobre o motivo de querer que você e minha mãe não saissem de casa, você estava grávida e não quis te deixar nervosa mas acabou que te deixei e você teve a nossa filha prematura, me perdoa amor..– Pede pegando minha mão.
– A verdade sobre Leon e as ameaças? – Indago e ele me olha surpreso.
– Como? A quanto tempo sabe? – Pergunta
– Muito tempo, acho que eu simplesmente aceitei ficar dentro de casa sem abrir o motivo? Não sou tão burra assum, Jeff, mas o motivo de passar noites fora? – Olho nos olhos dele.
– Caçando Leon, qualquer sinal dele que aparecia eu ia atrás, às vezes eram lugares longe demais o que me levava alguns dias para ir e voltar.– Explica.
– Então não existe traição..– Penso alto.
– Porque eu trairia a mulher que eu amo e mãe da minha filha? Seria idiotice trocar diamante por bijuteria, não? – Indaga levando minha mão as lábios. – Vamos parar de tentar proteger um ao outro, sinceramente esses últimos meses com essa frieza entre a gente tem acabado comigo, tentando te proteger não ajudou em nada..– Afirma.