Vermelho, Caos E Nós.

Capítulo 08- Never be alone.

"É uma sorte as lágrimas não terem cor."

Sol.

Estou deitada na cama, quase dormindo, quase..
Meus olhos estão fechados, a respiração está pesada, quando eu achei que realmente pegaria no sono alguém tampa a minha boca, abro os olhos assustada, meu coração acelera ao ver aquele sorriso.
– Saudades, baby? – Indaga, eu queria gritar mas a mão dele tampava a minha boca e a outra apertava meu pescoço.
Ar, eu precisava de ar, não consigo..respirar.
– Lee-on...– Chamo, sinto minha garganta queimar, eu devia estar vermelha, seguro seus braços tentando me soltar, em vão, ele estava sobre mim e tinha mais forca que eu.
– Você vai embora comigo baby, mas antes, vai assistir seu amante cair.– Diz sorrindo, a porta é aberta com força batendo na parede, dois homens arrastam Jeff que estava amordaçado, as mãos e pés amarrados, ele tinha sangue no rosto, provavelmente lutou.
Meus olhos enchem de água, falta de ar, assustada com a situação, ver o Jeff daquele jeito e correndo risco de vida e ter que ir embora com Leon, a força, como tudo estava desmoronando nos meus ombros?
As lágrimas rolam, Leon sorri como um psicopata.
– Vai assistir a morte dele, não chore meu amor, você tem a mim, sempre terá, eu nunca vou te deixar em paz.– Afirma, ele tira as mãos dos meus lábios e me segura pelos cabelos erguendo minha cabeça.
– Eu vou com você, mas por favor, não o machuque..– Sussurro, ele puxava mais e mais meus cabelos.
– Você vai comigo de qualquer jeito, então que seja com ele morto.– Diz, um dos homens que segurava Jeff pega uma arma e a destrava apontando para a cabeça de Jeff.
– Não! Por favor! – Peço.
– Calada! – Leon volta a me sufocar, apertando meu pescoço, Jeff não suplica, não pede piedade, fica calado imóvel, esperando pela morte.
– Tirem a mordaça dele, quero ver ele implorar.– Afirma Leon e a primeira coisa que Jeff fala é..
– Deixa ela ir.– Pede.
– É só isso? Essa vadia não vale seu último pedido, e vai pagar por ter fugido de mim e arrumado um amante.– Ele aperta mais meu pescoço, sinto minha consciência indo embora, iria desmaiar ou morrer?
– Atirem! – Ele grita, perco a consciência.

(...)

Encharcada. É assim que eu acordo daquele pesadelo, suada e assustada, olho em volta, estava sozinha no quarto, pela janela vejo que ainda era tarde da noite, me levanto e olho pela mesma, vários seguranças andando pelo jardim, a casa estava segura.
Saio do quarto a procura de Jeff, meu sonho foi vivido demais, tão real.
Caminho pelo corredor e paro em frente ao quarto dele, bato na porta algumas vezes mas ninguém sai, então empurro, a cama está intacta, ele nem se quer deitou ali, sigo até seu escritório e a mesma coisa, ele não está, não há ninguém, ele saiu?
Vou pa a cozinha, bebo água e depois fico parada olhando em volta, não queria voltar a dormir, então tiro toda a prataria dos armários e começo a lustrar um a um, queria ocupar a cabeça.
Quando está quase amanhecendo eu vejo Jeff entrar em casa, fumava um cigarro e tinha batom no pescoço, não se dava ao trabalho de esconder, assim eu soube que ele não estava muito bem, ele não me viu, continuo limpando a prataria e durante o dia me inscrevo em cursos online de crochê e piano, falo com a dona Mari, faço as refeições no quarto porque não queria ver ninguém mas quando chega a noite, eu evito dormir, tomo energético e vou para a lavanderia, começo a lavar toda roupa de cama da mansão, eu não queria dormir, me negava
De dia o fluxo segue, cursos, cuidar das refeições e comer sozinha, fugia do Jeff o tempo todo e mais uma noite passo acordada, na biblioteca tiro livro a livro os limpando, assim se passa quase uma semana sem dormir, perdi o apetite e não me levantei da cama nem para comer, quando o sono vinha eu tomava remédios para ficar acordada, acho que meu corpo de cansou de tanto esforço.
Ele bate na porta, faz dias que não nos falamos e agora ele estava ali.
– Nem parece que moramos na mesma casa, eu não te vejo e..o que você tem? Não parece bem.– Constata.
– Eu não tenho nada. Você precisa de alguma coisa? – Indago.