"Você dormiu com o celular embaixo do travesseiro. Porque até uma ligação dele bêbado de madrugada, te querendo como última opção, pode ser melhor que esse silêncio."
Jeff.
– Porque não começamos por onde o trauma deu inicio? – A médica pergunta, em nenhum momento Sol me solta.
– A primeira briga? A primeira surra? O quê exatamente? – Sussurra fechando os olhos como se pensar naquilo doesse.
– A primeira surra então, a primeira violência física ou a psicóloga, não deixa de ser violência.– Afirma.
– Eu fui trabalhar pela manhã e resolvi passar na casa dele para fazer uma surpresa mas quem recebeu uma fui eu, ele estava deitado na cama com uma garota, eu gritei primeiro, talvez se eu não tivesse gritado e ido pra cima dele..– Afirma.
– A culpa não é sua! – Digo e ela me olha.
– Mas eu..– Tenta.
– Não existe "mas" Sol, você é a vítima não a culpada.– Jeff diz.
– O que você fez? Depois que ele foi violento? – Indaga a médica.
– Me escondi, fiquei alguns dias trancada em casa para que minha família não visse os hematomas, ele apareceu lá, pediu perdão, disse que ia mudar mas nunca mudou.– Afirma.
– Quando você o encontra, como reage? O que seu corpo faz? –A mulher anotava tudo.
– Eu prendo o fôlego, como se respirar fosse chamar a atenção dele, ficou imóvel até que ele vá embora, Deus sabe que queria ter forças para enfrentar aquele homem.– Sol diz e antes que ela prossiga meu celular toca.
– Perdão.– Digo ao atender, solto a mão dela e entro no banheiro.– O que foi? – Pergunto.
– Chefe chegou um novo carregamento mas acho que está faltando um pouco da cocaína.– Eliseu, um dos meus encarregados diz.
– Conta e depois me passa o que está faltando,não posso sair daqui agora.– Afirmo.
– Antes você viria correndo por algo como isso.– Ele sussurra.
– Você é pago para me obedecer e não me dizer o que pensa ou não.– Concluo finalizando a ligação, volto para Ingrid e continuo a segurar sua mão até a sessão acabar.
– Obrigada.– Ela afirma quando estamos sozinhos.
– Eu não fiz nada, porque está me agradecendo? – Pergunto.
– Por não soltar a minha mão e por ter paciência comigo.– Explica.
– Não foi nada.– Digo me levantando da cama mas ela não solta a minha mão, me viro para encara-lá. – Qual o problema agora, Lírio? – Pergunto.
– Você pode dormir aqui, por favor.– Indaga.
– Tem certeza disso? – Olho em seus olhos.
– Tenho.– Diz e me puxa, caio sentado na cama, ela dá risada achando graça da minha cara, gosto de ouvir a risada dela.
– É assim? Então tudo bem.– Conclui subindo em cima dela e fazendo cócegas em seu pescoço e barriga.
– AI NÃO, PARA DIABÃO! – Grita rindo.
– Do que você me chamou? – Pergunto afastando as mãos, ele faz cara de cachorrinho indefeso.
– Nada.– Sussurra.
– Você vai ver o diabão! – Digo voltando a fazer cócegas, ela se contorce embaixo de mim rindo sem parar até que perde o fôlego e eu paro.
O silêncio fica sobre nós e eu tenho a visão privilegiada dela em baixo de mim, seguro seu queixo sem desviar os olhos dos dela e me curvo pronto para beija-lá , ela fecha seus olhos percebendo o que estava prestes a acontecer entre nós dois mas..
– Patrão, sua mãe voltou de viagem! – Maria diz entrando de uma vez no quarto, assustando Ingrid que me empurra de cima dela.
– Não sabe bater? – Pergunto com raiva do outro lado da cama.
– Me desculpe senhor.– Diz envergonhada, antes que eu xingue ela minha mãe entra no quarto.
– Como você está querida? Jeff me disse que estava doente então peguei o primeiro vôo de volta! – Afirma indo até Ingrid e a abraçando.
E naquele momento foi por água abaixo dormir naquele quarto e beijar a Sol, minha mãe não saiu mais do lado dela,em literalmente nenhum minuto.
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Vermelho, Caos E Nós.
Фанфик"VERMELHO, por todo sangue que vai ser derrubado ao longo dessa história. VERMELHO, porque é a cor do batom dela quando a vejo. VERMELHO, que me lembra sua lingerie, minha favorita. VERMELHO, porque é a cor da minha alma." Nem branco que simboliza i...