Capítulo 48 - Save me.

14 2 0
                                    

"Não se cobre tanto, não é tua obrigação carregar tudo nas costas, não é obrigação tua fazer com que todos fiquem bem, não adianta desabar aos poucos pra sustentar os outros em pé, não é egoísmo pensar um pouco em você."

Sol.

Não conto ao Jeff que já sabia a verdade, mas também não finjo que estou bem, algo desse nível eu deveria saber porque além de nossas vidas tem uma crescendo na minha barriga.
Ao invés disso nós nos distanciamos cada vez mais, esses segredos estava acabando com tudo.
Estava no 3 mês de gestação e sinceramente, não vejo como nos aproximarmos novamente, nem nossa filha e as consultas de ultrassom são suficientes, com Diana também estou triste, como amiga deveria ter me contado dos riscos.

Mês 4° – Rafael me procurou para fazer amor, dei uma desculpa, disse que estava com doe de cabeça e fugi do seu toque, acreditem, doeu em mim fazer isso.

Mês 5° – Tive um leve sangramento e não pude sair de casa nem para ir ao hospital, o médico que veio aqui e me examinou, mesmo a casa sendo enorme, estou cansada de ficar presa.

Mês 6° – Ana Lua está bem, o médico me disse oara repousar porque a gestação era de risco, então nada de passar nervoso.

Mês 7 ° – Jeff não dormiu em casa por quase três dias, disse apenas que estava trabalhando, não fazemos sexo há meses então será que é verdade o que dizem? Que o homem procura na rua o que não tem em casa? Não, ele não me trairia não é? Quero acreditar que não.

Mês 8 ° – Ele não dormiu em casa novamente, acabou de chegar, me sinto enorme mas quero explicações..
Olho ele andar de um lado para o outro do quarto procurando sua toalha de banho, não estava bêbado.
– Onde você passou a noite? – Pergunto, ele para no lugar.
– Trabalhando.– Diz sem me olhar.
– Acha mesmo que vou acreditar nisso? – Indago me levantando.

– É a verdade. O que pensa que eu estava fazendo á noite toda? – Pergunta se fazendo de ofendido.
– Tendo na rua o que não encontra em casa! – Aponto o dedo.
– Acha que eu te trai? Eu estava trabalhando! – Afirma.
– Á noite toda? Faça-me rir! – Digo sentindo uma pontada na barriga e então vejo o sangue, me sento na cama devagar, estava na hora? Claro que não, não estava no tempo ainda e aquele sangue?
– Sol! – Ele se aproxima me deitando na cama.
– Chama um médico! – Afirmo.
– Até ele chegar aqui vai demorar muito, vamos para o hospital, agora! – Diz me pegamos nos braços enquanto eu gemia de dor.

Jeff.

Eu estava o caçando, cada noite que eu passei fora era procurando ele nos lugares onde ele foi visto, florestas, galpões, cidades.. Isso levava dias e noite e por isso eu tive que dormir fora algumas vezes, como ela não sabia que Leon estava vivo eu não podia dizer o que estava fazendo e por isso ela deduziu que eu estivesse a traindo mas eu jamais trai ela, eu amava aquela mulher mesmo nós estando distantes como estávamos, e agora ela era levada pelos médicos porque passou nervoso por minha causa e uma cesária de emergência seria feita para salvar ela e a nossa filha.
– Senhor, não me leve a mal mas precisamos saber e por isso perguntamos sempre que é uma gestante..– A enfermeira diz.
– O quê? – Indago.
– Se tiver que escolher uma das duas pasa salvar, quem escolheria? – Pergunta, eu travo.
– Como? – Sussurro.
– Não temos tempo senhor, faremos de tudo para salvar as duas, mas se tiver que escolher..– Diz.
– A bebê.– Afirmo, porque é isso que Sol faria, ela jamais viveria sabendo que nossa filha morreu para ela viver.

Vermelho, Caos E Nós.Onde histórias criam vida. Descubra agora