Capítulo 13

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ALFONSO

Alexa tinha arruinado meu emprego por bastante tempo. Depois do meu divórcio, eu encontrava pedaços e características do meu casamento na batalha amarga de todo cliente. Me lembrava do tempo que eu perdera, como da primeira noite que deixei meu pau tomar decisões em relação a Alexa, em vez da minha cabeça. Tudo nos arquivos dos meus clientes se tornava pessoal para mim, e era como reviver as piores noites da minha vida diariamente.

Em certo momento, aprendi a separar as coisas de alguma forma. Mas havia perdido algo durante a caminhada. Meu emprego se tornou uma fonte de dinheiro, e não algo que eu gostasse de fazer. Ao mesmo tempo que não mais receava descer para o escritório, também não mais ansiava.

Até hoje.

Levantei ainda mais cedo do que o normal. Depois de ir à academia, cheguei no escritório às sete e revisei um caso. Henry Archer era um dos poucos clientes de quem eu realmente gostava. Seu divórcio era bem amigável porque ele era um cara genuinamente bom. Era a reunião do acordo dele hoje às onze. Todo mundo estaria ali para tentar bater o martelo em um último acordo. Milagrosamente, eu não desprezava sua futura ex-esposa também.

Eu estava na sala de cópias quando ouvi Anahí chegar. Seus passos faziam barulho conforme ela andava pelo corredor carregando uma grande caixa marrom. Parei o que estava fazendo e fui até ela tirar das suas mãos.

— Obrigada. Sabia que ninguém me ofereceu um lugar no metrô mesmo carregando essa coisa?

— A maioria das pessoas é idiota. O que você tem aqui? Está pesado pra caralho. — Coloquei a caixa marrom na mesa dela e a abri sem pedir. Dentro, havia um peso de papel de vidro, que poderia muito bem ter sido feito de chumbo. — Esta coisa pesa uns cinco quilos. Está preocupada que um furacão vá passar pelo escritório e bagunçar todos os seus papéis?

Ela o tirou da minha mão.

— É um prêmio. Ganhei por um artigo que escrevi que foi publicado na Psychology Today.

— É uma arma. Ainda bem que você não estava com isso quando te encontrei no meu escritório na primeira noite.

— Sim, eu poderia ter feito um buraco nessa sua cabeça bonita.

Dei um sorrisinho.

— Eu sabia. Você me acha bonito.

Tentei ver o que mais tinha na caixa, mas ela tirou minha mão.

— Xereta.

— Você desempacotou minhas caixas. — chantageei.

— Isso é verdade. Vai acho que pode olhar.

— Bom, agora não quero, já que me disse que podia.

— Você parece uma criança, sabia disso?

Tinha deixado meu celular em cima da máquina de fotocópias e o escutei tocar. Fui atender, mas desligaram. Depois de terminar de fazer minhas cópias, juntei a pilha de papéis e fui à sala de Anahí de novo.

Parado na porta, zombei:

— Você chegou cedo hoje. Aceitou meu conselho para dormir?

— Não. — A resposta rápida de Anahí foi... rápida demais. Anos de depoimentos tinham me deixado habilidoso para captar sinais pequenos... Às vezes, alguma coisa tão discreta me levava a um caminho inesperado e a algo interessante. Tinha percebido um sinal em sua palavra de três letras e estava prestes a seguir essa pista.

— Então não teve problemas para dormir ontem à noite, não é?

Quando ela começou a enrubescer e tentou se ocupar em desempacotar a caixa, eu sabia que estava no caminho certo. Curioso, entrei em seu escritório e dei a volta na mesa para que pudesse ver seu rosto apesar de ela estar olhando para baixo e desempacotando.

Na Contramão do Amor- AyA Adapt [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora