Capítulo 26

233 15 2
                                    

ANAHÍ

— Você tem um filho? — Flexionei o pescoço para olhar para Alfonso. Ainda estávamos na banheira, e não era fácil me mexer muito entre as pernas dele.

Alfonso assentiu com os olhos fechados, antes de abri-los para olhar para mim. Havia muita dor em sua expressão; meu estômago afundou de nervoso à espera do que viria em seguida.

— É uma longa história. O que acha de sairmos, e eu farei algo para você comer enquanto explico?

— Tudo bem.

Alfonso saiu primeiro para pegar toalhas para nós. Depois de se secar, incluindo uma esfregada de três segundos da toalha no cabelo, ele a amarrou na cintura e me ofereceu uma mão.

Sua expressão ainda estava contemplativa, e eu queria melhorar o clima para ele. O que quer que fosse me contar sobre seu filho claramente não era uma história fácil.

Peguei sua mão e saí da banheira.

— Você está parecendo como se pudesse filmar um comercial de creme de barbear neste momento, e eu provavelmente estou parecendo um rato molhado. — Meu cabelo estava grudado no rosto, e fiquei feliz pelo espelho está embaçado para que não conseguisse dar uma boa olhada no meu reflexo.

Alfonso colocou uma toalha de banho em volta de mim e começou a me secar.

— Você oferece bons serviços de beleza — provoquei, quando ele se abaixou para secar uma perna, depois a outra.

Ele deu uma piscadinha.

— Acompanha meu serviço de excitação.

— Sua excitação foi bem espetacular também.

— Sou o tipo de cara que faz o serviço completo.

Quando terminou de secar meu corpo (meus peitos e entre minhas pernas estavam mais do que secos pelo tanto de tempo que ele passou ali), Alfonso enrolou a toalha em mim e a prendeu no busto. Seu lado gentil ainda estava à mostra quando ele pegou minha mão para sairmos do banheiro.

Na cozinha, ele puxou um banquinho debaixo da ilha de granito e deu um tapinha no assento.

— Sente-se.

Fiquei girando nele algumas vezes enquanto Alfonso tirava coisas dos armários e da geladeira. Lembrando-me do que tínhamos feito contra o vidro há algumas horas, parei de virar e olhei para a janela. Agora estava escuro lá fora, e eu podia ver as luzes da cidade iluminando muito claramente.

— As pessoas... elas podem mesmo ver aqui dentro? — Um misto de pânico e vergonha se instalou em minhas faces quando me lembrei de como meus seios ficaram pressionados contra o vidro. No momento, pareceu excitante que alguém pudesse ver... contribuiu para o erotismo. Mas eu definitivamente não queria acabar no YouTube por causa de algum louco que tenha nos filmado através de um telescópio.

Alfonso deu risada.

— Não. Só dá para ver daqui de dentro. Eu não te colocaria em risco assim. — Ele esticou o braço acima da minha cabeça para pegar uma frigideira e beijou minha testa quando o baixou. — Além do mais, não compartilho coisas que são minhas.

A primeira parte da sua resposta fez minha parte racional dar um suspiro de alívio, mas a última me esquentou por dentro.

Alfonso também estava usando apenas uma toalha, a sua enrolada na cintura estreita, e eu estava gostando da vista dos músculos das suas costas flexionando conforme ele picava uma cebola, quando notei uma cicatriz. Corria na diagonal ao longo da lateral do seu tronco, estendendo-se da frente até as costas. A marca estava apagada por um bronzeado mais leve do que o restante da sua pele ― definitivamente não era nova, mas alguma coisa séria tinha acontecido.

Na Contramão do Amor- AyA Adapt [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora