Capítulo 2

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ANAHI

Me sentia uma perfeita idiota.

Uma batida leve soou à porta do banheiro.

— Tudo bem aí? — o cara que acabou de lançar uma bomba em mim perguntou do outro lado da porta.

— Estou bem. — Envergonhada. Idiota. Ingênua. Falida. Mas bem.

Lavei o rosto e me olhei no espelho. O que eu iria fazer agora? Minha linha de telefone finalmente seria instalada esta semana, e meus artigos de escritório seriam entregues. Meus lindos artigos de escritório. Com o logo bonito e o novo endereço chique da Park Avenue. Ugh. Baixei a cabeça e olhei para a pia, sem conseguir mais olhar para minha cara de burra.

Em certo momento, abri a porta do banheiro e saí. O inquilino legítimo estava encostado na parede, me esperando. Claro que ele tinha que ser lindo. Porque eu não podia simplesmente me humilhar diante de um homem feio. Não, definitivamente, não.

— Tem certeza de que está bem? — ele perguntou.

Evitei contato visual.

— Não estou. Mas vou ficar. — Hesitei antes de continuar. — Será que tem problema se eu voltar para o meu escritório... quero dizer... seu escritório... e pegar minhas coisas?

— Claro que não. Demore o tempo que precisar.

Não havia muita coisa para guardar. Toda a minha mobília também seria entregue esta semana. Assim como arquivos do meu depósito. Eu teria que cancelar isso também. Onde eu iria colocar tudo? Meu apartamento não era muito maior do que a sala de arquivo onde eu estava sentada.

Enquanto guardava o que restava das minhas coisas na caixa em que as trouxera, o inquilino legítimo veio e ficou parado na porta. Falei antes dele.

— Me desculpe... por cair no golpe e por ameaçar chamar a polícia.

— Não esqueça de que me ameaçou com suas habilidades de Krav Maga.

Olhei para cima e o vi sorrindo ironicamente.

Era uma boa visão. Boa demais. Seu rosto lindo me deixava nervosa, embora não do tipo nervosa em que me sentia obrigada a subir em uma cadeira e chamar a polícia. Não, o sorriso daquele homem era convencido e me acertava nos joelhos, entre outros lugares.

— Eu faço mesmo aulas de Krav Maga, sabe.

— Bom para você. Me assustou um pouco quando entrei. Aposto que consegue bater em alguma garotinha.

Parei de guardar as coisas.

— Garotinha? Meu professor é um homem.

Ele cruzou os braços à frente do peito. Do seu peito largo e grande.

— Há quanto tempo faz aula?

— Quase três meses.

— Você não derruba um homem do meu tamanho com três meses de treinamento de Krav Maga. — ele falou com um sorrisinho provocante.

Talvez fosse o horário, ou a percepção de que eu havia perdido todas as minhas economias e não tinha escritório para atender os pacientes, mas minha sanidade desapareceu.

Ataquei o pobre e inocente homem.

Literalmente, subi na cadeira, pulei na mesa dobrável e mergulhei nele. Mergulhei nele.

Apesar de tê-lo pego de surpresa, ele me deixou completamente imóvel em menos de um minuto. Eu nem sabia qual golpe ele tinha aplicado. De alguma forma, ele conseguiu me girar para que minhas costas ficassem grudadas em sua frente e meus braços, presos atrás de mim, entre nós.

Na Contramão do Amor- AyA Adapt [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora