ANAHÍ
Senti a cama afundar quando Alfonso se levantou.
— Aonde está indo?
— Eu estava tentando não te acordar. — Ele deu a volta até o meu lado da cama e beijou minha testa. — Está cedo. Volte a dormir.
— Que horas são?
— Cinco e meia.
Me apoiei nos cotovelos no escuro.
— Por que levantou tão cedo?
— Preciso ir ao escritório descobrir como acumular os seis dias de trabalho, dos quais já tenho cinco agendados, em apenas dois por semana por um tempo.
— Acredito que não olhe seu calendário há uns dois dias.
— Tentei, mas a maldita coisa estava travada e não sincronizava.
Me arrumei na cama e puxei a coberta para cima.
— Seu primeiro compromisso é só depois das 10h. Não sabia que voltaria antes de hoje de manhã, ou teria marcado para mais cedo. Tudo está reagendado para as duas semanas seguintes. São longos dias, mas consegui deixar dois dias da semana para você fazer reuniões remotamente. Transformei uma reunião presencial em uma reunião pelo telefone, e você pode fazê-la de Atlanta na quinta da semana que vem. Mas todo o resto está ajustado. Também reagendei meu calendário da forma oposta, assim fico livre nos dias em que você está aqui e cheia nos dias em que não está. Assim, posso te ajudar com as coisas relacionadas à secretaria que você precisar para manter o dia andando.
Alfonso ficou em silêncio por um minuto, e comecei a me preocupar que talvez tivesse passado dos limites e não devesse ter mexido na sua agenda. Mas queria fazer o que podia para ajudar. O quarto estava escuro, e ouvi o arrastar das roupas, embora não tivesse certeza se ele estava tirando ou colocando até ele subir de volta na cama. Senti seu corpo quente se pressionar contra o meu. Ele ainda estava quieto, então me virei para encará-lo.
— Passei dos limites?
Ele acariciou minha face.
— Não, querida. Você não passou dos limites.
— É que você está tão quieto que pensei que tivesse passado.
— Só estou pensando.
— Em quê?
— No quanto sinto que estou em casa neste momento, e não coloco o pé no meu apartamento há uma semana.
Isso poderia ser a coisa mais gentil que alguém já tinha me dito. Ele também tinha razão sobre mim. Estive agitada a semana inteira e não percebera até agora que me acalmara no minuto em que olhei pelo olho mágico na noite anterior.
— Sei o que quer dizer. Você me deixa calma. Em paz,.. acho que é isso.
— É? — Sua mão baixou por minha face, e seu polegar acariciou meu pescoço.
— É.
— Fico feliz. — Ele beijou o topo do meu nariz. — Sabe no que estou pensando agora?
— No quê?
— Como eu deveria te agradecer por consertar minha agenda. Se eu deveria usar a boca para te comer de café da manhã ou te virar e te pegar por trás enquanto enfio o dedo Prolactinador em você.
Dei risada.
— Você é bem grosseiro. Foi de gentil para porco em dez segundos.
A mão dele em meu pescoço caiu para meu seio, onde seu dedo perambulou e beliscou... forte.
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Na Contramão do Amor- AyA Adapt [Finalizada]
Roman d'amourUma psicóloga especializada em salvar casamentos. Um advogado especializado em destruir relacionamentos. Uma confusão. E os dois se veem trabalhando dividindo o mesmo espaço. Anahí Portilla e Alfonso Herrera se encontram na contramão do amor: Oposto...