Capítulo 42

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ALFONSO

Não achei que fosse possível ficar ainda pior do que na semana anterior.

Alexa e eu tínhamos brigado por uma hora quando peguei Ben e, então, ela começara de onde parou quando o levei de volta dois dias depois. Meu filho não se sentira bem o fim de semana inteiro e queria saber por que não poderíamos mais ir para a minha casa. Eu não sabia o que lhe dizer e, quanto mais eu perambulava pelo limbo, mais difícil era sair dele.

Para piorar tudo, meu voo de volta a Nova York atrasou seis horas, e a última noite decente de sono que eu tivera foi a noite antes de o juiz declarar sua decisão. Até a aeromoça perguntou se eu estava me sentindo bem. A verdadeira questão era que eu não estava me sentindo bem, estava me sentindo desgraçadamente miserável tentando pensar na minha mudança para Atlanta. Embora esse não fosse o motivo real do meu recente ódio pela vida.

Quando meu voo pousou no JFK, era meia-noite. Estava tão exausto da falta de sono que pensei que realmente fosse desmaiar; precisava desesperadamente fechar os olhos. Mas, então, cometi o erro de passar no escritório, só para dar uma olhada.

Estava quieto. Eu não esperava que Anahí estivesse lá naquela hora. Ela havia me evitado a todo custo antes de eu ir para Atlanta, indo ao escritório para encontrar seus pacientes pessoalmente e saindo imediatamente depois. Achei que ela estivesse fazendo o resto do seu trabalho em casa. Além disso, ao ter acesso à minha agenda, ela saberia que eu iria voltar mais cedo, então tinha certeza de que não a veria.

Deixei as malas na mesa da recepção e caminhei pelo escritório estranhamente silencioso. A porta de Anahí estava fechada, e tentei o meu melhor para só passar por ela, mas simplesmente não consegui. Mesmo que eu tivesse relativa certeza de não haver ninguém ali, bati primeiro, então lentamente abri a porta. Estava escuro,apenas a luz do corredor iluminou o suficiente para eu ver lá dentro. Mas tive certeza de que a escuridão estava me fazendo imaginar coisas então acendi a luz. Meu coração pulou para a garganta quando congelei e encarei.

Vazio.

A porra do escritório estava vazio.

Pisquei algumas vezes, torcendo para que meus olhos estivessem aplicando truques em mim, mas não... Ela tinha ido embora. Para sempre, desta vez.

xxx

— Preciso que localize alguém para mim.

— Bom dia para você também, flor do dia, caralho. — Robert se jogou na cadeira de visita do outro lado da minha mesa.

Quando lhe mandei mensagem às seis da manhã, ele já estava indo para minha casa. Já que não dormi a noite inteira e decidi tornar minha insônia algo produtivo, eu disse a ele para me encontrar no escritório.

— Não há nada de bom hoje. — Joguei o arquivo que estava na minha mão na mesa e esfreguei os olhos.

— Você está um lixo, cara. — Robert se recostou na cadeira e colocou seu pé com bota na minha mesa, cruzando os tornozelos. Normalmente, eu os empurraria, mas não me importei naquela manhã.

— Toda essa ideia de viajar acabou comigo.

— É, é esse o motivo.

— O que quer dizer com isso?

— Nada. Do que precisa?

— Quero que siga Anahí para mim.

— Para que essa porra? Ela não está do outro lado do corredor metade do dia?

— Ela se mudou.

— Quando aconteceu?

— Alguma hora nos últimos dias, presumo. Voltei à meia-noite e a sala estava vazia.

— Acho que isso explica por que parece que não dorme há dois dias.

— Só preciso saber se ela encontrou um novo lugar para alugar. Encontrei uma casa pequena em Atlanta. Dave Monroe vai se juntar a mim aqui por meio período, assumindo um pouco do trabalho que meus clientes não vão se importar se eu não tratar pessoalmente. Entre isso e trabalhar remotamente, estou pensando que posso voltar duas vezes por mês por alguns dias em vez de ir e voltar toda semana. Não há motivo para que ela não possa ficar aqui. Seria fácil não me encontrar.

— Então você vai mesmo fazer isso? Vai abandonar seu trabalho e se mudar para Atlanta?

— Que escolha eu tenho? Vou entrar com apelação, mas não há garantia de que vá mudar alguma coisa. Ben sente o limbo em que estou. Não posso morar em um quarto de hotel... Ele nunca vai se adaptar sem ter seu próprio lugar para dormir e guardar suas coisas. Precisa sentir que está em casa, que estou lá se precisar de mim... eventos da escola, consultas médicas. Ele acabou de entrar em um pequeno time de hóquei. O que eu faria quando os jogos dele fossem em dias em que eu estivesse em Nova York? Além disso, não posso ir e voltar 52 vezes por ano, acumulando 40 horas de trabalho em dois dias. Fica difícil depois de um tempo.

— De quanto tempo é o aluguel da casa que encontrou?

— De um ano. — Meus ombros caíram. — Acho que vai levar nove meses até eu conseguir uma data para meus argumentos orais na minha apelação da custódia.

— Já assinou?

— Ainda não. Vou encontrar o proprietário quando voltar no fim desta semana.

— Que bom. Me dá mais alguns dias.

— Para quê?

— Estou com um cara em Atlanta trabalhando em uma coisa para mim.

— Eu quero saber?

Robert sorriu.

— Caralho, não, porque aí você não fica comprometido.

Era a primeira vez que eu ria desde... não sabia quando. Aquele era Robert, um homem com um plano e que sempre me apoiava.

— Bom, o que quer que seja, obrigado.

— Então o que quer que faça com Anahí? Só segui-la? Que tal uma pista do que estou procurando?

— Só preciso saber se ela está bem. Ver se ela encontrou um escritório e se está em um bairro seguro.

Robert ergueu uma sobrancelha.

— Então não quer que eu descubra se ela está transando com alguém?

Cerrei minha mandíbula tão forte que quase quebrei um dente.

— Não. Se descobrir, nem me conte essa merda. Principalmente se esse babaca for Bryan... porque ele vai apenas ferrar com ela.

— Como você?

— Que porra isso significa? Eu não ferrei com ela. Eu me ferrei. Estou fazendo o que é melhor para ela.

Robert se levantou.

— Não vou discutir com você, cara. Vou segui-la, se é isso que você quer. Mas talvez deva se perguntar se o melhor para Anahí não seria deixá-la tomar a própria decisão de como lidar com relacionamento que era dela também.


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⭐✍️

Na Contramão do Amor- AyA Adapt [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora