ALFONSO
— Onde está Anahí?
— Ela está se trocando. Temos uma reunião com café da manhã na faculdade. Não que seja da sua conta.
O Professor Cretino ainda estava parado dentro do apartamento, e eu estava fora no corredor. Aquele simbolismo me corroía. Passei por ele e entrei na casa de Anahí.
— Claro, pode entrar — ele murmurou, sarcástico.
Me virei para encará-lo, cruzando os braços à frente do peito.
— Agora você sai.
— O quê disse? —ele perguntou meio chocado
— Preciso conversar com Anahí sozinho, então gostaria que você desaparecesse.
Ele balançou a cabeça.
— Não.
Ergui as sobrancelhas. Não sabia que o bundão tinha essa coragem. Se fosse outro momento, poderia ter ficado impressionado com sua atitude. Mas, naquele instante, só me irritou ainda mais. Dei um passo à frente.
— Você pode sair sozinho ou eu posso te ajudar. De qualquer forma, você vai sair. O que vai ser?
Vendo que eu não estava brincando, ele tomou a rota inteligente e abriu a porta.
— Diga a Anahí que a encontrarei na faculdade mais tarde.
— É. Vou me certificar de passar o recado. — Empurrei a porta, batendo-a logo que ele saiu.
Virando-me, vi a sala de Anahí abarrotada de móveis de escritório. O lugar mal tinha espaço para um sofá e uma cadeira antes disso. Agora estava lotado com uma mesa, cadeiras, gabinetes de arquivo, equipamento de computador e todo o resto do seu escritório.
A porta do quarto se abriu, e Anahí saiu, olhando para baixo ao verificar alguma coisa em seu celular.
— Achei o perfil do departamento de psicologia no site da faculdade. Me fale de novo quem vamos encontrar. Sou muito ruim com nomes.
Minha resposta a fez parar de andar.
— Somos só eu e você.
A cabeça de Anahí se ergueu rapidamente, e ela piscou algumas vezes como se estivesse imaginando o homem parado em sua sala.
— Alfonso. O que está fazendo aqui? — Ela olhou para trás de mim. — E onde está Bryan?
— Já foi.
— Foi aonde?
Olhei para os meus pés por um minuto, depois encontrei seu olhar. Havia uma sensação esmagadora em meu peito quando encontrei nos olhos dela a mesma tristeza que estava dentro de mim.
Minha voz era baixa e rouca.
— Você o ama?
Ela me encarou por muitos segundos, as engenhocas trabalhando em sua mente. Prendi a respiração o tempo inteiro. Finalmente, ela balançou a cabeça negativamente.
Graças a Deus.
Era tudo que eu precisava saber. Tudo e qualquer outra coisa poderíamos ajeitar. Eu poderia fazê-la me perdoar, ela poderia confiar em mim de novo, mas eu não conseguia fazê-la não amar outro homem.
Ela ainda estava parada na porta do quarto e, de repente, havia espaço demais entre nós. Eu me aproximei dela, sem dar a mínima se parecesse com um homem das cavernas. O desejo extremo de tocá-la superava qualquer necessidade de etiqueta.
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Na Contramão do Amor- AyA Adapt [Finalizada]
RomansaUma psicóloga especializada em salvar casamentos. Um advogado especializado em destruir relacionamentos. Uma confusão. E os dois se veem trabalhando dividindo o mesmo espaço. Anahí Portilla e Alfonso Herrera se encontram na contramão do amor: Oposto...