Capítulo 45

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ALFONSO

— Onde está Anahí?

— Ela está se trocando. Temos uma reunião com café da manhã na faculdade. Não que seja da sua conta.

O Professor Cretino ainda estava parado dentro do apartamento, e eu estava fora no corredor. Aquele simbolismo me corroía. Passei por ele e entrei na casa de Anahí.

— Claro, pode entrar — ele murmurou, sarcástico.

Me virei para encará-lo, cruzando os braços à frente do peito.

— Agora você sai.

— O quê disse? —ele perguntou meio chocado

— Preciso conversar com Anahí sozinho, então gostaria que você desaparecesse.

Ele balançou a cabeça.

— Não.

Ergui as sobrancelhas. Não sabia que o bundão tinha essa coragem. Se fosse outro momento, poderia ter ficado impressionado com sua atitude. Mas, naquele instante, só me irritou ainda mais. Dei um passo à frente.

— Você pode sair sozinho ou eu posso te ajudar. De qualquer forma, você vai sair. O que vai ser?

Vendo que eu não estava brincando, ele tomou a rota inteligente e abriu a porta.

— Diga a Anahí que a encontrarei na faculdade mais tarde.

— É. Vou me certificar de passar o recado. — Empurrei a porta, batendo-a logo que ele saiu.

Virando-me, vi a sala de Anahí abarrotada de móveis de escritório. O lugar mal tinha espaço para um sofá e uma cadeira antes disso. Agora estava lotado com uma mesa, cadeiras, gabinetes de arquivo, equipamento de computador e todo o resto do seu escritório.

A porta do quarto se abriu, e Anahí saiu, olhando para baixo ao verificar alguma coisa em seu celular.

— Achei o perfil do departamento de psicologia no site da faculdade. Me fale de novo quem vamos encontrar. Sou muito ruim com nomes.

Minha resposta a fez parar de andar.

— Somos só eu e você.

A cabeça de Anahí se ergueu rapidamente, e ela piscou algumas vezes como se estivesse imaginando o homem parado em sua sala.

— Alfonso. O que está fazendo aqui? — Ela olhou para trás de mim. — E onde está Bryan?

— Já foi.

— Foi aonde?

Olhei para os meus pés por um minuto, depois encontrei seu olhar. Havia uma sensação esmagadora em meu peito quando encontrei nos olhos dela a mesma tristeza que estava dentro de mim.

Minha voz era baixa e rouca.

— Você o ama?

Ela me encarou por muitos segundos, as engenhocas trabalhando em sua mente. Prendi a respiração o tempo inteiro. Finalmente, ela balançou a cabeça negativamente.

Graças a Deus.

Era tudo que eu precisava saber. Tudo e qualquer outra coisa poderíamos ajeitar. Eu poderia fazê-la me perdoar, ela poderia confiar em mim de novo, mas eu não conseguia fazê-la não amar outro homem.

Ela ainda estava parada na porta do quarto e, de repente, havia espaço demais entre nós. Eu me aproximei dela, sem dar a mínima se parecesse com um homem das cavernas. O desejo extremo de tocá-la superava qualquer necessidade de etiqueta.

Na Contramão do Amor- AyA Adapt [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora