Capítulo 33

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ANAHÍ

Pratique o que prega.

Esse era um pedido difícil quando Alfonso Herrera estava te encarando, esperando uma resposta. Ele queria saber o que aconteceria se o homem pelo qual eu fora louca nos últimos anos, o homem que foi o motivo de eu ter mudado para Nova York para ter uma chance com ele, de repente, decidisse que queria ficar comigo. Era uma pergunta que estive me fazendo desde que ambos me deixaram sozinha com meus pensamentos na noite anterior.

Eu devia sinceridade a Alfonso. Droga, eu devia a mim mesma.

— Tive sentimentos por Bryan por muito tempo, não me lembro como é não os ter.

Alfonso se inclinou na beirada da minha mesa, com as pernas abertas de uma forma que era muito característica de homem dominante. Algo tão simples, e mesmo assim me lembrava de que era verdade o que eu estava prestes a dizer.

— Mas o que quer que fosse que eu sentisse por Bryan é muito diferente do que está havendo entre nós.

Os olhos de Alfonso brilharam, e tive que apertar as coxas para me impedir de ficar excitada com sua crescente raiva. Não tinha dúvida de que irritar um ao outro era um tipo de preliminar para nós, mas não era hora disso.

— Bryan é inteligente e cortês. Compartilhamos uma paixão por psicologia e sociologia. Ele não usa linguagem chula, me leva a restaurantes chiques e nunca levantou a voz para mim.

Alfonso estava chocado.

— É melhor ter a porra de um mas chegando.

Meu lábio se curvou. Eu precisava passar pela parte difícil antes de falar tudo.

— Tem. Mas quero ser totalmente sincera.

O olhar dele me disse para chegar ao ponto. Ele assentiu para eu continuar.

— Eu estaria mentindo se dissesse que não tenho sentimentos por Bryan. Mas aí vem você. Você me confunde toda, e não faço ideia de aonde o que temos vai parar, mas tenho certeza de uma coisa.

— O que é?

— Quando olho para você, percebo por que nunca teria dado certo com ele.

Seus olhos suavizaram.

— Eu tenho dificuldade em confiar. — ele comentou

— Eu sei.

— Ainda vou gritar, e uso porra como substantivo, adjetivo e verbo.

Dei um sorrisinho.

— Percebi que sua linguagem realmente funciona para mim.

Alfonso esticou o braço e passou dois dedos em meu queixo, por meu pescoço e em minha clavícula antes de seguir para meu decote.

— Ah, é?

Foi tudo que precisou. A rouquidão profunda de seu 'ah, é' e um simples toque. Não conseguia explicar por que sentia coisas por Alfonso mais do que conseguia explicar o gosto da água. Mesmo assim, de alguma forma, ele se tornara uma necessidade para mim, e não estava nem um pouco pronta para ficar sem ele.

Sussurrei:

— Onde está Ben?

Os olhos de Alfonso seguiram seus dedos conforme mergulharam dentro da minha blusa.

— Na escola. Só tenho que buscá-lo daqui a uma hora.

Meu corpo formigou só de pensar em como poderíamos passar aquela hora.

Na Contramão do Amor- AyA Adapt [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora