Capítulo 6

211 13 1
                                    

ALFONSO

Que bundão.

Eu. Não o que eu acabei de ter sido pego olhando.

Apesar de que... que bunda.

Anahí estava apoiada no balcão da recepção para pegar o telefone do meu escritório que tocava quando me flagrou secando sua suculenta traseira. O educado seria desviar o olhar, fingir que não estava secando. Mas o que eu fiz? Dei uma piscadinha.

De novo. Que bundão.

E agora, Anahí me encarava enquanto continuava a falar ao telefone. As coisas acabam de um dos dois jeitos quando uma mulher te flagra secando-a: ela flerta de volta ou...

Anahí desligou o telefone e atravessou o corredor em minha direção com audácia. Sua expressão estava impassível, então eu não sabia o que esperar.

Ela parou na soleira e cruzou os braços à frente do peito.

— Você estava olhando para a minha bunda?

Então esse era o outro jeito, no qual quem está sendo secado te pergunta diretamente. Imitei sua postura, cruzando os braços à frente do peito também.

— Quer que eu minta?

— Não.

— É uma ótima bunda.

Suas bochechas ficaram cor-de-rosa.

— Você é um babaca, sabia disso?

— Então devo ser um grande babaca, porque precisa ser um para reconhecer uma bunda grande.

Sua expressão estoica se desfez, e ela deu risada. Eu gostava de como ela se divertia mais do que se irritava.

— As mulheres costumam achar seu comportamento atraente?

Dei de ombros.

— Sou bonito e rico. As mulheres costumam achar isso atraente. Ficaria surpresa com o tanto que consigo com isso.

— Você é tão cheio de si.

— Talvez, mas é a verdade. — Saí de onde estava parado detrás da minha mesa, deixando apenas em torno de cinquenta centímetros entre nós. — Me diga a verdade. Se eu fosse baixo, careca, falido, sem dente e com uma corcunda nas costas, você teria vindo brigar comigo depois de me flagrar olhando para sua bunda?

Ela abriu a boca e ficou adorável tentando pensar em uma resposta, embora sua expressão já tivesse me dito que eu tinha razão.

— Você é um egomaníaco.

— Talvez. Mas um atraente.

Anahí revirou os olhos e bufou, mas vi um discreto sorriso em seu rosto antes de seus quadris rebolarem para fora do meu escritório.

Que bunda.

Passei o restante da tarde preso ao telefone. Embora tivesse limpado minha agenda de consultas até a semana seguinte, ficaram sabendo que eu havia voltado, e todos os meus clientes miseráveis queriam me atualizar das últimas manobras de suas esposas. Eu trabalhava em um negócio feio pra burro, mas era muito bom no que fazia.

Eles queriam vingança, e, toda vez que eu dava um golpe em uma esposa que merecia, mentalmente dava o troco na minha própria ex, Alexa, de novo. Provavelmente precisava de um terapeuta, mas a vingança era mais barata e muito mais satisfatória.

Tinha acabado de desligar com um cliente que queria uma ordem de restrição para impedir sua esposa alienada de queimar seu esconderijo pornô quando ouvi Anahí falando ao telefone na recepção. O escritório vazio ficou carregado com sua voz, e não consegui evitar ouvir.

Na Contramão do Amor- AyA Adapt [Finalizada]Onde histórias criam vida. Descubra agora