Capítulo 11

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Entramos na caverna seguindo as instruções de Alis, a cada passo eu tentava me preparar psicologicamente, mas lá no fundo de minha intuição, sei que não há possibilidades de sair intacta depois de entrar em Sob a Montanha.

Será como caçar, uma caçada onde posso virar a presa em um estalar de dedos. A escuridão não me assustava, era até calmante diante do que estava por vir.

O cheiro de morte no subterrâneo irritou meu nariz. Somos duas loucas correndo para guilhotina, é um fato.

Mas há brechas, Amarantha uma hora deixará algo passar, vou encontrar uma mísera oportunidade e vou deixá-la encurralada.

— Como vamos chegar lá? — Feyre arrastou o corpo pela parede. — Podemos estar em qualquer lugar da Corte.

— Não vamos chegar, seremos levadas. — Senti minha nuca arrepiar, segurei o braço dela fazendo sinal para se aproximar.

— Como? — Sussurrou incrédula.

— Ouça, Fey! — Calei seu protesto. — Estamos no território dela. Não se desespere e nunca demonstre medo diante do inimigo. Lembra dos coelhinhos indo para nossas armadilhas?

— É claro que lembro, eles ficavam desesperados.

— Infelizmente nesse momento somos esses coelhos, tenha muita calma, observe, engane-a, deixe ela pensar que somos presas irracionais. — Expliquei, parecia um ferrado rito de preparação, mas eu não estava ligando para nada além da nossa sobrevivência.

— Seremos torturadas. — Feyre sugou ar.

— Vão acabar com a gente. — Concordei sendo sincera, temendo essa possibilidade. — Pense como uma caçadora. Vamos barganhar com ela, oferecer a diversão que ela deseja e quando ela achar que está chegando perto de ganhar, vamos pegá-la de surpresa. Lá em cima vão tentar matar sua resiliência, então aconteça o que acontecer, você não é fraca, nós não somos fracas. Lembre-se que sempre estarei com você.

— Nós duas contra o mundo. Amo você.

— Eu também te amo. — Beijei sua testa. — Você vai conseguir.

Voltamos a caminhar mais confiantes, atravessando o corredor escavado de pedra pálida. Não há como se esconder aqui, e tudo aberto e sem sombras.

Fizemos uma curva acentuada, e eu estava quase gritando para alguém nos encontrar de uma vez. 

A sensação de estar sendo observada serpenteou minha pele. Raspei o braço no da minha irmã, mandando o pequeno aviso com um olhar de esguelha. Ela mordeu a bochecha, um silencioso sinal positivo.

Dedos longos e ossudos envolveram meu braço, mãos geladas e ásperas. Estagnei deixando-me recuar. As presas prateadas reluziram quando a criatura feiosa sorriu.

— Oi, o que algo como vocês fazem aqui? — Sibilou, sua voz familiar.

Pensei e pensei, mantendo a postura inabalável. Recordei das conversas escondidas que Tamlin tinha. Essa mesma voz. Isso, esse feioso demoníaco nos apertando é o Attor.

⚔️

Passamos por duas enormes e antigas portas de pedra - mais altas que a mansão de Tamlin - e entramos em uma ampla câmara, entalhada em pedra pálida, escorada por inúmeras pilastras entalhadas.

A multidão de feéricos riam maliciosos vendo como Attor nos sacolejava pela passagem. Uma música tocava e poucos dançavam bebendo vinho, basicamente uma festinha. Haviam poucos grão-feéricos espalhados pelo salão.

CORTE DE PAIXÕES E SACRIFÍCIOS | ʳʰʸˢᵃⁿᵈOnde histórias criam vida. Descubra agora