Capítulo 35 - Bônus

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A semana se passou e eu continuava no quarto lendo um livro sobre antigas táticas de guerras, isolada e comendo o que conseguia. Feyre ficou pensativa durante esses dias, nenhuma tentativa de conversa, rezei dezenas vezes para que ela estivesse colocando a mente de volta no lugar.

Rhysand veio todos esses dias no quarto segurando bandejas com uma exagerada quantidade de comida. Modestia parte, o senhor da noite respira escândalo. Ele rotineiramente puxava meu livro sem a menor intensão de não parecer descarado, testar minha paciência se tornou seu passa-tempo favorito, Rhysand consegue ser malvado quando quer. Me provocava em busca de respostas à altura e culminava minha raiva para atacá-lo. Só sossegou quando queimei seu traseiro, ele conseguiu essa proeza.

E então chegou o momento de voltarmos, segurei na mão dele tão forte, que escutei seus ossos estalando. Ele em resposta me apertou de volta como se tentasse me passar um terço de sua resistência. Assim que atravessamos, Lucien nos recebeu no jardim, nos abraçando. Rhysand não esperou para atravessar, deixando apenas gavinhas de escuridão para trás.

— Vamos embora. — Ele me surpreendeu, sibilando baixinho, um pedido. — Não tenho para onde ir, mas... Vamos embora...

Lucien encarou Feyre com expectativa, esperando que ela dissesse sim - e eu também -, mas algo chamou a atenção dela. Tamlin saiu da mansão as pressas, correndo para segurar o rosto dela.

Nós entramos, escutando o debate deles. Segurei a mão de Lucien quando sussurrei:

— Você tem para onde ir e sabe disso.

— Como assim? — Arregalou os olhos. — Do que está falando? 

O Suriel que me perdoe por ignorar seu conselho. As sombras soltaram risadinhas me chamando de fofoqueira.

— Você não é lerdo, Lucien. Que eu saiba o Beron não acende igual um vagalume, pensa ruivo. — Murmurei seguindo em frente, o deixando estático e sem palavras.

⚔️

FEYRE

Encarava o horizonte imaginando mil maneiras de enfrentar Tamlin, aquela paixão avassaladora, o amor que sentia por ele, parecia cair cada vez que lembrava de suas negativas, da forma como me prende e sufoca. Olhando agora, eu poderia sim, estar morta se não fosse minha irmã.

Você não precisa saber.

Já fez demais.

É para sua segurança.

Ele não me procurou desde que cheguei, parece distante, e sendo bem sincera, lá no fundo eu não acho isso ruim. As palavras de Dusti me fizeram refletir, só vi como as atitudes de Tamlin me mudaram, pois eles dois, também estavam sendo afetados junto comigo. Lucien sempre aparece machucado em meu quarto e Dusti se quer sai do seu.

Harry Tompson marcou a vida dela de uma forma ruim, vi tudo acontecendo e me perguntei como ela não o enxergava do jeito que realmente era, mas, agora compreendo. Me sinto horrível, burra e desprezível por notar tarde demais que estou me sujeitando a um relacionamento que me destrói, e que minha irmã está caindo de um mar depressivo por causa das minhas decisões cegas.

É tudo culpa minha.

Lágrimas escorreram sem permissão, molhando minhas bochechas avermelhadas. Uma mão quente e bem vinda limpou cada uma delas. Lucien sentou do meu lado na sacada, seu cabelo alaranjado ficando mais intenso com os últimos raios de sol. Ele tem ocupado minha mente, tem sido um verdadeiro amigo nesses últimos meses. Imagino que estaria definhando se ele não provocasse meus sorrisos.

CORTE DE PAIXÕES E SACRIFÍCIOS | ʳʰʸˢᵃⁿᵈOnde histórias criam vida. Descubra agora