Capitulo 41 - Bônus

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Assim que pousamos ajeitei minha capa nervosamente, sentindo a brisa gelada bater em meu queixo. Vestia um traje elegante azul escuro e usava um diadema de estrelas enfeitando meus cabelos. Rhysand discretamente deu um jeito de capturar minha mão, sem vontade nenhuma de soltá-lo, aproveitei o calor de seu toque. 

Vai ficar tudo bem, se sentir algum desconforto, chame por mim e eu nos levo para longe. Disse em minha mente. Obrigada, eu consigo. Respondi me acalmando.

Esfreguei a costa do dedo indicador na ponta do nariz avermelhado, suspirando enquanto observava minha irmã dar passos adiante. Como Emissária da Corte Noturna, Feyre tomaria frente em qualquer assunto relacionado aos humanos.

Azriel me observava com cautela, assim como Cassian, minha inquietação é notória, mas não quero preocupá-los.

— Antes de qualquer coisa, para que não se surpreendam. — Quebrei o silêncio, sem tirar os olhos do palacete. — Elain é doce e gentil, provavelmente não terão problemas com ela, além do medo expressivo assim que por os olhos em vocês. Já a Nestha... Bem... Ela pode ser bem rude quando está motivada, e adivinhem, motivação e Nestha andam de mãos dadas.

— É para ter medo? — Cassian perguntou zombeteiro.

— Apenas um alerta, assim vocês já preparam seus calmantes internos. — Murmurei sugando uma respiração. — Mas não se preocupem, estou sentindo que sou o alvo da noite.

— Não está sozinha. — Azriel lembrou.

— Eu sei e agradeço por isso, Az. — Assenti, achando sua proteção reconfortante. Rhysand bufou uma maldição quando me afastei na direção da porta.

— "Não está sozinha." — Imitou com deboche, me diverti e fiz questão de mandar esse sentimento pela fita.

Quem olhasse pensaria que eu estou falando sozinha, já que os três estão usando o glamour. Até que eu os chame para dentro, vão fazer uma inspeção nas redondezas.

Sra. Laurent e Elain cumprimentavam Feyre e não pareciam crente que a querida caçula estava viva. Assim que parei ao lado dela, ficou evidente nossa diferença de tamanho, fumaça fria saindo dos meus lábios.

— Precisamos conversar. — Feyre disse.

Elain me encarou com lágrimas nos olhos, cobrindo a boca chorosa. Eu quase sorri por baixo do capuz, vislumbrando a mais bela das Archeron's me olhando com reconhecimento.

— Irmã. — Minha voz saiu em um sussurro rouco. — Olá.

Elain estremeceu caindo em lágrimas, a Sra. Laurent nos lançou um olhar ameaçador antes de se retirar em passos largos. Essa mulher age como se fossemos apunhalar Ness e Elain a qualquer momento, sempre foi assim.

Feyre tomou a iniciativa de entrar tocando no ombro da nossa irmã chorona, exitante segui logo atrás, encontrando Nestha apoiada no corrimão da escadaria, pasma.

Em silêncio nos acomodamos na sala de estar em frente a lareira, continuei escondida por via das dúvidas, esperando o momento certo para me revelar. As sombras fizeram questão de me ajudar nisso, se camuflando na capa. Descobri que aos olhos humanos, pareço bastante ameaçadora coberta por essas coisinhas.

— Onde está papai? — Feyre quebrou o clima desconfortável, ou tentou.

— Em Neva. — Nestha respondeu, mas continuava me encarando fixamente. — Negociando com mercadores da outra metade do mundo. E participando de uma reunião sobre a ameaça acima da muralha. Uma ameaça sobre a qual, imagino, vocês tenham voltado para nos avisar.

CORTE DE PAIXÕES E SACRIFÍCIOS | ʳʰʸˢᵃⁿᵈOnde histórias criam vida. Descubra agora