Capítulo 22

2.3K 312 29
                                    

GATILHO⚠️CRISE DE PÂNICO

⚔️

Sozinha. Sozinha. Sozinha.

Minha mente me sabotou quando caí na realidade, escorreguei na parede me sentindo livre para colocar para fora o que me aflingia, apenas as paredes testemunhando a angustia transbordando em forma de lágrimas dos meus olhos.

Não há nada que possa aliviar a tensão desses pensamentos turbulentos, o perigo constante me deixa nervosa, pensar que a qualquer momento posso perder Feyre estando tão longe, aumenta o desespero me consumindo. Meu coração acelerou, lágrimas grossas molhando minhas bochechas.

Balancei as mãos com força, levantando e andando dentro daquele espaço minúsculo freneticamente.

Queria ver as estrelas, a visão delas me fazia sonhar acordada nas noites difíceis, essa sensação passaria se eu tivesse as estrelas para observar e desejar. Meu peito doeu e eu não aguentei, soluçando.

Podemos ter conseguido sair ilesas, mas hoje Amarantha venceu quando decidiu nos separar no momento que mais precisamos uma da outra.

A cela parecia cada vez mais pequena, se fechando ao meu redor, grudei as costas na parede sugando ar e batendo o pé no chão. A sensação de afogamento me levando em meio ao choro.

A conhecida névoa de escuridão tomou forma na minha frente, não me encolhi diante dos passos suaves que se aproximavam de mim. Rhysand franziu a testa quando me viu arquejar para respirar.

— Ainda chorando?

Meus dedos travaram abertos, suor frio banhando minha pele, se misturando as gotas salgadas em meu rosto. Aquela sensação horrível só piorava quanto mais eu tentava regular a respiração.

— Você acabou de vencer a segunda tarefa. Lágrimas são desnecessárias.

— Não... Consigo... — Solucei engasgando nas próprias palavras. Toquei o peito repetidas vezes. Acho que vou morrer agora, neste instante. — Rhys...

As mãos grandes e poderosas seguraram meu rosto, aqueles olhos salpicados de estrelas encontraram os meus, encarei ele fixamente, precisando ver a cor violeta brilhante.

Rhysand abriu um sorriso preguiçoso, antes de inclinar o rosto para baixo. Não pude fazer nada quando sua boca tocou minha bochecha e ele lambeu uma lágrima. Sua língua era quente contra minha pele, me assustei tanto que não consegui me mover quando ele lambeu outra trilha de água salgada, e depois outra.

Ele está... Me lambendo!

Meu corpo enrijeceu e relaxou ao mesmo tempo, me senti incandescente, mesmo enquanto calafrios estremeciam meus braços e pernas. Somente quando a língua de Rhysand dançou pelas bordas úmidas de meus cílios, eu recuei. Respirando melhor.

Fiquei uns minutos em silêncio, recuperando a mente, sentindo-me melhor depois daquela sessão desesperadora de emoções. Rhysand riu, sentando contra uma parede.

— Imaginei que isso fosse fazer com que parasse de ter uma crise.

Crise? Passei a mão na bochecha fazendo careta.

— Obrigada, mas foi nojento.

— Foi mesmo? — Ele ergueu uma sobrancelha e apontou para a palma da mão, onde minha tatuagem estaria. — Sob toda teimosia, podia jurar que detectei algo que pareceu diferente. Interessante. Quer que eu coloque minha boca em você novamente?

— É claro, coloque ela no meu punho e de preferência bem forte.

Rhysand cruzou os braços.

— Quanta gratidão. Estive pensando em formas de atormentá-la quando for para minha corte, estou imaginando; você ainda consegue parecer extraordinariamente atrativa dançando sóbria?

CORTE DE PAIXÕES E SACRIFÍCIOS | ʳʰʸˢᵃⁿᵈOnde histórias criam vida. Descubra agora