Os braços de Feyre rodearam minha cintura com força quando adentramos os limites da floresta, a égua seguia o Grão-feérico no mesmo ritmo obediente. Escutei minha irmã tentar iniciar um diálogo decente com a fera, mas recebeu apenas grunhidos em resposta. Justo, somos consideradas assassinas e indignas de qualquer atenção.
Espero que papai, Elain e Nestha fiquem bem. Agora que as duas caçadoras da família se foram, eles estão sem uma fonte de alimento semanal.
Pelo menos estão mais protegidos que eu e Feyre no momento. Estamos entrando em território feérico, não sei o que este fará conosco de agora em diante. Talvez nos escravizar... Mesmo que isso seja proibido de acordo com o Tratado pelo pouco que sei.
Feyre matou o amigo dele, motivação o bastante para se vingar. Em contrapartida, a mercenária também matou um e permanecia viva no lado humano da muralha. Foi atacada, mas continuava viva.
Odor metálico e forte adentrou meu nariz, tornando meu corpo uma gelatina em cima da égua. O sono tomou minha mente e o peso em minhas costas denunciava que Feyre também caía. Deitei na crista da égua, fechando os olhos.
⚔️
Sacolejaram meu ombro levemente, o suficiente para que eu entreabrisse os olhos, encontrando um par azul semelhante aos meus. Feyre. Rápido como um raio me ergui sentada na égua, descendo com um pulo.
O maldito Grão-senhor usou magia para nos apagar. Que filho da puta. Dormimos por horas, o sol está brilhando no céu. A corda invisível que me segurava na cela já não existia.
— Acordei agora. — Feyre sussurrou segurando minha mão. — Ele disse que usou mais magia em você do que em mim.
— Eu senti. — Resmunguei esfregando a têmpora. — Você está bem?
— Uh-hum. — Ela encarou as redondezas. — Estou mais preocupada com você.
— Estou bem, só me sentindo lânguida.
Segui seu olhar me dando conta de onde estávamos. Mesmo com o inverno lá fora, aqui é primavera. Não posso negar que as flores nascentes são esplêndidas, o lugar é bonito, mas isso não anula o fato que estou aqui contragosto.
Que tipo de magia é essa que os faz controlar a natureza? É muito diferente do outro lado da muralha. Inclusive o enorme "castelo" diante de nós.
— Vamos entrar. — Decretei respirando fundo, uma hora teremos que ir. — Vai ficar tudo bem.
— Ainda da tempo de ser pessimista? — Feyre perguntou nervosa.
— Sinto muito, irmã, o seu tempo esgotou. — Caminhamos de braços entrelaçados, por um corredor ornamentado com vasos de hortênsias, o mármore reluzia em nossos pés.
Nenhum grito, prisioneiro ou cela aterrorizante. Seguimos em frente, fiquei maravilhada com o jardim repleto de flores coloridas. Poderia pintar uma tela agora mesmo. Feyre sorriu me encarando com o canto dos olhos. Parece que dividimos o mesmo neurônio.
— Uma tela. — Dissemos e rimos baixinho.
Entramos na sala, eu estava me preparando mentalmente para qualquer desafio que ele colocasse na mesa.
Céus, a mesa...
Tinham tantas comidas, vinhos, pude vislumbrar o vapor quente subindo dos alimentos. Eu comeria metade daquilo em um piscar de olhos. Feyre quase saltou quando viu, faz muito tempo desde que ficamos diante de um banquete desses.
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CORTE DE PAIXÕES E SACRIFÍCIOS | ʳʰʸˢᵃⁿᵈ
FanfictionDustina é a terceira filha do casal Archeron, a jovem caçadora carrega uma pilha de duras responsabilidades nas costas e luta todos os dias para proteger a família, principalmente a irmã mais nova. Tendo que cumprir as regras de um Tratado, ela emba...