Capítulo 33

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Minha mente estava pior do que uma gelatina após quebrar e levantar tantos escudos, tentei mantê-los firmes com muito esforço, mas não consegui quando Rhysand nos informou sobre a catástrofe que estava estava por vir. Na realidade, ele apenas confirmou o que eu temia, afinal, Amarantha era apenas uma comandante enviada por um rei do quinto dos infernos. Lembro-me perfeitamente da primeira conversa que tive o com o Suriel.

Ainda não estamos seguros, ninguém está e isso anda me preocupando bastante. Não sei se tenho competência para lutar uma guerra nesse momento, eu preciso descansar depois de Sob a Montanha. A grande questão, é que são vidas em jogo! Isso vai me atormentar eternamente, se eu encolher em uma falsa bolha de sossego.

Ele não existe, inferno! Nem sei o que é me sentir em paz desde que era uma menininha. Parece que minha vida é regada de infinitas batalhas! Minha tranquilidade não importa em uma situação complicada como esta, deixou de ser minha prioridade depois de tudo que escutei sair da boca de Rhysand.

Preciso ser destemida, bem ou não. Consigo fazer isso, vestir uma armadura se tornou minha maior habilidade.

"Ainda há batalhas piores."

"Muitas, não baixe a guarda."

As sombras sussurravam cobrindo e rodeando meus ombros. Rhysand nos contou o que planeja, ele precisa das nossas habilidades de caça, das minhas, na verdade. Alegou que Feyre precisa treinar seus limites humanos antes de enfrentar qualquer coisa, para não acabar se machucando feio.

Eu concordei depois de pensar no aconteceria se eu não tentasse, não posso deixar minha família fora da muralha desamparada. Há centenas de humanos lá fora, totalmente alheios a ameaça que vem chegando, se eu posso, então vou lutar por eles enquanto meu coração pulsar.

Depois de nos alertar, Rhysand sumiu pelo resto da semana. Aproveitei esse tempo para fazer o que não consigo na Primaveril, estudar planos mirabolantes, ver tudo que posso a respeito das demais Cortes de Prythian. Tamlin sempre coloca seus sentinelas em meu encalço, aqui pelo menos ninguém me incomoda.

Descobri com a ajuda de Morrigan, que domino as chamas da Outonal, quando sem querer, queimei umas das roupas, deixando um buraco com a marca da minha mão na barra da saia. Rhysand tinha razão, definitivamente possuo poderes.

Ele nunca vai me escutar dizendo isso em voz alta.

Uma batida familiar me tirou dos pensamentos conflituosos, larguei o livro na pilha da cômoda, indo abrir a porta. Feyre entrou mastigando, segurando uma poção de frutas. Ela pousou o olhar na bagunça que eu fiz, franzindo a testa.

— Pensando demais? — Sentou na cama.

— Apenas me precavendo, da última vez que corremos para algo perigoso sem preparo, quase partimos dessa para melhor. — Respondi com um suspiro exausto.

— Não me lembre, por favor. — Ela sussurrou num fio de voz. — Não sei se consigo enfrentar mais problemas, logo agora que nos livramos daquele tormento.

— Precisamos, talvez haja uma luz no fim do túnel. — Me encostei na cômoda.

— E se não houver?

— Guarde seu pessimismo. Nunca saberemos se não tentarmos.

Feyre encarou os joelhos em silêncio, seu semblante carregado de angústia. Me sentei ao seu lado, segurando seus ombros em um abraço.

— E se não houver uma luz no fim do túnel, Dustina? — Ela repetiu, me encarando com dúvida. — O que eu faço? Não vou mentir, estou com muito medo de não conseguirmos novamente.

CORTE DE PAIXÕES E SACRIFÍCIOS | ʳʰʸˢᵃⁿᵈOnde histórias criam vida. Descubra agora