Capítulo 48

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Sentei na ponta da cama fazendo massagem nos pés. Tarquin estava bastante interessado em mim, ou talvez queria apenas saber o quão grande foi a gota que me deu do seu poder. Estou inquieta, trocar farpas com Rhysand me deixou mais mal humorada do que de costume. É difícil saber quando ele está com ciúmes ou sendo indiferente e sarcástico.

Não ajudou também observar Cresseida praticamente em cima dele soltando risadinhas e se insinuando. Evitei encará-lo e conversar muito no café da manhã.

Na prática, Rhysand é difícil de lidar. Ele sempre me provoca usando Cassian, a princípio, com Cass é apenas uma forma de testar minha paciência. Mas, agora pouco ele declarou que devo fazer tudo que for necessário para conseguir o livro. Juro por tudo que é mais sagrado, se Rhysand insinuou que devo trepar com Tarquin...

A vela aromática em cima da cômoda apagou quando a encarei impaciente. Inferno sangrento! É claro que ele insinuou!

— Acenda o fogo. — Disse Rhys saindo do banheiro, continuei focada em minha massagem. — Acenda o fogo! — Repetiu.

Firmei os pés descalços no chão, sentindo a correnteza do mar me chamando, cada ocilada e onda se chocando na costa. Trinquei os dentes, usando a raiva que me consumia.

Sinto que nada me domina, mas eu posso dominar tudo. Só tenho que ousar. Amren uma vez disse que o mundo feérico é a extensão da magia que me refez. Água. Água. Água. Em questão de segundos, um jato violento arremessou a vela aos pés de Rhysand, ensopando o chão.

Ele riu baixinho se aproximando perigosamente, apoiando as mãos na cama, uma de cada lado do meu corpo.

— Não consegue seguir ordens?

— Não consegue ser menos idiota?

— O que há de errado?

— Se eu seguisse suas ordens estaria fodendo com o Tarquin uma hora dessas! Mil perdões se me recuso a agir como uma prostituta, grão-senhor! — Rosnei em seu rosto, me afastando carrancuda. — Não tente agir como se nada tivesse acontecido, não funciona.

Rhys desmanchou o sorriso colocando um joelho no chão para encarar meu rosto melhor. Me recusei a olhá-lo e isso entregou o quanto estava furiosa. Tarde demais para se arrepender.

— Olhe para mim. — Pediu baixinho.

Bufei cutucando seu peito.

— Honestamente, você acha que eu transaria com ele por interesse?

— Claro que não! — Me interrompeu ronronando de raiva. — Talvez não saiba, mas eu tenho o dom de escutar até o que não quero em alguns momentos. Tarquin é um macho inteligível em seus assuntos, ele não estava apenas pensando no poder que você tinha.

— Não importa o que Tarquin é ou pensa, Rhysand. — Cortei seu argumento esfregando a têmpora. — Me irrita ser colocada em uma situação dessas!

Quero que ele pare de agir como se eu devesse procurar alguém além dele! Ansiava berrar isso em seu rosto, mas felizmente, meu orgulho venceu. Não vou me descabelar por causa homem nenhum.

Ele tentou se levantar, mas agarrei em seus ombros.

— Não, temos um problema aqui e vamos esclarecer agora! — Decretei impaciente. — Converse comigo. Me recuso à ir dormir assim, você está uma confusão de sentimentos.

Não sentir raiva quase se torna uma tarefa difícil, quando ele indiretamente disse que posso trepar com outro homem, como se não fosse o suficiente! Eu... Eu deixei claro que tenho sentimentos por ele, então porque fica me dizendo essas coisas?

CORTE DE PAIXÕES E SACRIFÍCIOS | ʳʰʸˢᵃⁿᵈOnde histórias criam vida. Descubra agora