Capítulo 9

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Segui Lucien pelo meu quarto, sentindo os nervos latejando com a decisão repentina. Eles nos mandarão embora de volta para o lado humano da muralha, independente de tratado ou qualquer coisa. Eu ficaria feliz em voltar, mas não com a possibilidade de Lucien indo sofrer Sob a Montanha.

Feyre neste exato momento deve estar discutindo com, ou beijando, Tamlin em algum cômodo da casa.

— Você vai para casa, Dusti, é o melhor depois de ontem. — Bradou Lucien. — Não sabe a confusão em que estamos metidos, você e Feyre correm perigo.

— Me conte como posso ajudar.

— Por que ajudaria? Voltar para casa não é o que sempre quis? — Sentou na ponta da cama suspirando.

— Isso foi antes de conhecer mais pessoas por quem lutar, eu me importo com você seu ruivo de araque, você não precisava ser meu amigo, mas se tornou mesmo assim e eu agradeço.

Ele piscou, um sorriso triste.

— Vai ajudar ficando segura, humana insistente. Eu não fui bom o suficiente para mantê-las seguras da minha forma. Sou fraco.

O aviso de Rhysand se repetiu em minha mente como um eco, eu queria escutá-lo, mas ver Lucien desabando na minha frente era demais.

— Você está longe de ser fraco. Nunca diminua sua força, não quando aguenta tanta coisa nessa Corte. Eu confio em você, com a minha vida. — Segurei sua mão, pressionando-a contra meu peito. — Aqui com você e Feyre, eu tive mais momentos felizes em poucos meses do que poderia contar durante toda minha vida... Aprendi a amá-lo.

Uma lágrima caiu do olho normal de Lucien, escorrendo por baixo da máscara. Ele me abraçou com tanto cuidado, que eu sorri pequeno.

— Vou sentir sua falta, Dusti. — Murmurou contra meus cabelos. — Confesso que também passei a amá-la como uma irmã.

— Eu sei que sim... Mesmo que eu vá, saiba que foi uma honra conhecê-lo, cenoura ambulante. — Me afastei, engolindo a vontade avassaladora de chorar. — Eu não vou desistir de você jamais, mantenha isso em mente.

Um alvoroço com as malas foi tudo que vi depois disso, Tamlin nos colocou na carruagem, sentamos juntas em silêncio. O loiro segurou o queixo de Feyre, para encarar seus olhos cabisbaixos.

— Amo você. — Não houve resposta para essa declaração.

— Prontas? — Lucien murmurou, minhas mãos suaram dentro daquelas luvas de seda. Não, eu não queria deixá-los enfrentar os problemas sozinhos.

Mas eu não estou sozinha. Repeti isso sentindo o aperto de Feyre em minha mão, a segurança dela também está em jogo. Não podemos lutar contra algo que não conhecemos, eles escolheram esconder o real problema até o último segundo. Rhysand foi o único que me deu alguma informação e alertou, apesar de Amarantha o ter na palma da mão. Ele foi corajoso o suficiente para arriscar.

Esse gesto me faz reaver tudo que disseram sobre ele.

Temos que ir, encarei minha irmã assentindo, ela apertou os olhos compreendendo.

Mesmo odiando a ideia de abandonar Lucien, meu amigo, nós temos que partir.

Por agora é o melhor.

— Adeus. — Sibilei.

A carruagem se moveu para floresta, rapidamente entrando no bosque. As lágrimas de Feyre ensoparam meu ombro, seus soluços eram o único som dentro da cabine luxuosa. Odeio vê-la dessa forma, acariciei sua mão, deixando ela colocar o que tanto segurou para fora.

— Seremos nós duas contra o mundo, de novo. — Murmurei.

Feyre assentiu.

— Eu queria dizer. — Ela me abraçou, seu nariz vermelho. — Queria dizer pra ele... Mas seria um fardo ainda maior nos ombros dele. Apesar da promessa que me fez, Tamlin é um imortal.

CORTE DE PAIXÕES E SACRIFÍCIOS | ʳʰʸˢᵃⁿᵈOnde histórias criam vida. Descubra agora