Capítulo 52

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Dias e mais dias se passaram, estamos impacientes com as mãos atadas. Não havia muito o que fazer sem o retorno das rainhas. Minha irmã se mostrou bem dedicada se deslocando constantemente com Cassian ou Azriel, para as terras humanas.

O que tem se tornado uma dor de cabeça constante para o general, fiquei sabendo que ele bate de frente com Nestha e não esconde seu mal humor terrível nos nossos treinamentos.

Az tem buscado formas de colocar seus espiões ou a si mesmo no círculo humano, mas não obtém sucesso e isso deixa ele atormentado. Mor disse que o mestre-espião dificilmente descansa dos seus deveres, e realmente pude perceber com o tempo que ele é um maníaco imparável. Todos eles são.

Rhys sempre estava fora resolvendo assuntos internos de sua Corte, mas sempre conversa comigo por bilhetes. E quando nos cruzamos, ele não sossega e me arrasta para trabalhar os dons e estudar. Política, contabilidade, história e muito mais.

Sou alguém sedenta por conhecimento, felizmente sempre aprendi as coisas rápido. Na infância eu roubava livros para estudar e tentava inutilmente ajudar Feyre algumas vezes. Era complicado sendo que eu também estava aprendendo e não ajudava ter minha querida irmã fugindo sempre que escutava a palavra estudar.

Rhys está tornando tudo mais fácil sendo meu professor. Segundo ele, se sou parte de seu círculo íntimo, é essencial aprender a reger essa Corte. Mais uma mente pensante opinando nunca é demais.

Por isso, quando não estou treinando, fico ocupada revirando a biblioteca para aperfeiçoar tudo que ele me ensina. Me empenhando em estudar o jogo das Cortes, aprendendo tudo sobre seus costumes, os poderes e governantes.

Essa rotina terminava com meu corpo exausto no final do dia, jogado em sono profundo por alguma superfície fofa. Até mesmo meus pesadelos parecem cansados demais para me assustar. Isso se tornou meu combustível.

Nos finais de semana, Morrigan arrasta Feyre e eu para passearmos por Velaris. Ela é expert encontrando formas de gastar dinheiro, o que descobri não ser um problema com o salário gordo que Rhysand me paga mensalmente.

Caminhei pelo jardim, me sentando no banquinho embaixo da macieira. Observando o pequeno campo de flores e a horta, sentindo o aroma afrodisíaco da natureza bater em meu rosto. Elain amaria essa parte da casa.

Senti um puxão no estômago, como sempre exagerado, me impulsionando para frente. Rhysand raspou suas garras nos meus escudos. Rolando os olhos deixei ele entrar.

Quer me contar sobre a pintura? Sua pergunta me deixou confusa.

Que pintura?

Essa que você acabou de me mostrar. Do nosso jardim, você se perguntou se Elain gostaria de uma tela... Olhe para sua mão.

Levantei o braço tatuado, vendo somente agora, que o olho felino no centro da palma piscava. Ainda é estranho ter isso se mexendo na minha pele.

Então? Ele insistiu curioso. Tem um ateliê esperando por você, tente. Eu gostaria de vê-la usando aquelas jardineiras horrendas e suja com tinta.

São confortáveis. Defendi com humor, cruzando as pernas.

Seria preferível vê-la pintando nua. Ronronou, me lançando uma imagem perfeita da minha silhueta curvada sob uma tela. Eu posaria com prazer se me pedisse... exatamente assim.

Posaria nu? Reunindo coragem, soltei. Sabendo que estou colocando mais lenha no fogaréu que é a mente fértil dele.

Tudo pela arte, querida. Cínico.

CORTE DE PAIXÕES E SACRIFÍCIOS | ʳʰʸˢᵃⁿᵈOnde histórias criam vida. Descubra agora